Élvio Sousa denuncia situação “calamitosa” na Saúde

Fotos: Rui Marote

O plenário na Assembleia Legislativa Regional começou com uma intervenção de Élvio Sousa, do JPP, a denunciar “forças políticas, entidades sectoriais e algumas individualidades que sempre praticaram um discurso na tentativa de branquear a situação calamitosa em que se encontra a saúde na Madeira”.

Traçando um quadro negro, o deputado enumerou: 16,300 utentes em lista de espera (mais 18,500 para cirurgias). Uma “vergonha nacional”. Uma violação “do principio da transparência,  já que a lista permanece secreta nos escombros dos nomeados do PSD”.

Por outro lado, referiu, o cheque-cirurgia foi propagandeado como uma prioridade, mas passou ao “esquecimento”. O secretário da Saúde,  Pedro Ramos, foi criticado, neste sentido. Por outro lado, na alimentação,  existem “falhas gritantes” e, assevera o parlamentar,  existe racionamento “como se estivéssemos em guerra”. Existem, garantiu,  ordens superiores para limitar na alimentação. Também no transporte de doentes,  existem falhas, sendo este um dos serviços “mais displicentes deste governo”.

A falta de medicamentos também preocupa. Tem sido recorrente,  inclusive para os doentes de cancro,  salientou, denunciando também a “situação de abuso nas taxas portuárias”, que “dificulta a competitividade da medicação e onera frequentemente a cofres públicos”.

Já nas camas para os cuidados intensivos,  o orador também apontou deficiências, dizendo que são apenas 11, o número mais baixo do país.

Nesse sentido,  considerou que o sector da Saúde está em morte lenta, existindo um “assalto” do poder económico à autoridade política, que faz prever que a situação não mude a breve prazo.

A remodelação governamental não convence Élvio Sousa, que considera que o governo de Albuquerque, que se dizia “ultra-social”, faltou à palavra dada.

“Na semana passada, ouvimos um membro deste  remodelado Governo Regional PSD anunciar que não ficaria calado se o Governo da República não honrasse os seus compromissos”, realçou. Uma declaração que considerou como um regresso ao “contencioso das autonomias” do passado.

Nesse sentido, questionou se o novo vice-presidente,  Pedro Calado, levantará a voz apenas para os pretensos erros e falhas do exterior, mantendo-se calado perante as falhas, que considera gritantes,  do Governo Regional.