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Povoado desde o verão ao início do outono. Abandonado e a agonizar durante o resto do ano. Tem sido esta a sina do Porto Santo, uma das mais apetecidas Ilhas para o turismo estival quer de Portugal quer do mundo. Na verdade, a sua grande adversária é a sazonalidade, fazendo com que a sua principal indústria, o turismo, oscile entre o tudo e o nada. Páscoa e verão, tudo desabrocha na Ilha Dourada, mas depois é que são elas, como bem sabem os portossantenses e os investidores.
O Porto Santo conta hoje com cerca de seis mil habitantes para um território árido e arenoso inferior a 50 mil metros quadrados , descoberto em 1418 por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira. Da sua história, é relevante o facto de o navegador Cristóvão Colombo ter residido na pacata ilha, tendo desposado uma das filhas do seu capitão donatário, Bartolomeu Perestrelo.
Com uma única freguesia, o Porto Santo começou por afirmar-se como um destino turístico essencialmente reservado ao descanso, com grande apetência por parte de inúmeras famílias madeirenses. Mas a Ilha foi crescendo de fama e tomaram-lhe o gosto, sobretudo, aos seus nove quilómetros de praia de areia fina, no fundo, a “menina dos olhos” deste destino. Para ela correm, particularmente no verão, madeirenses e forasteiros, e é nesta altura que o Porto Santo renasce do silêncio e isolamento do inverno. Boas águas, areias terapêuticas, um sol maravilhoso e uma extensão de praia que parece nunca acabar. Este é o “ouro” do Porto Santo.
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Os transportes aéreos e marítimos asseguram a ligação à Ilha vizinha da Madeira. Mas é também outro quebra-cabeças. O ferry Lobo Marinho é o único meio alternativo via marítima, durante as estações altas, tirando partido do Hotel Torre Praia, Praia Dourada e Luamar, tudo por conta da Porto Santo Line.
Os famigerados charters europeus para o Porto Santo também não funcionam como esperado, para além da inexistência de voos diretos para Porto Santo pela TAP. Ligações sempre condicionadas.
Como se não bastasse, o Governo Regional investiu, via Sociedade de Desenvolvimento de Porto Santo, em infraestruturas dispendiosas cujo retorno é praticamente nenhum. São campos de golfe sem clientes, campos de ténis desertos, hotéis fechados à espera que venha o verão… Em resultado: a população da Ilha Dourada espera e desespera e os números do desemprego não páram de subir.
Os portossantenses continuam à espera que o Porto Santo seja olhado de outra forma. Mas as soluções tardam em surgir apesar do inconfessável amor dos madeirenses a este pedaço de território vizinho, único para o descanso à beira mar.