Estepilha: “A semana passada aconteceu”… na Saúde

O Falcon fotografado numa evacuação de urgência (arquivo)
Rui Marote
O título  é um plágio de um programa radiofónico do Posto Emissor do Funchal que ia para o ar aos domingos, à hora do almoço. Neste caso, é um passar em revista vários episódios ligados à saúde e sobre os quais os leitores do FN e os madeirenses devem conhecer… e meditar.
Mas vejamos quais os casos relativos à saúde e ao modo como vai na RAM e no país: o caso do homem que teve alta do Hospital só com a bata vestida, apesar de a família ter trazido a roupa (culpa, também, de quem aceitou numa ambulância ou num carro de transporte de doentes uma situação daquelas). Os familiares, por seu turno, não o foram buscar, não se sabe por que razão. Teriam eventualmente evitado assim tamanha situação, de todo inaceitável…
O segundo caso verificou-se por falta dos dois aviões Falcon que servem o presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o Primeiro-Ministro António Costa  nas suas múltiplas viagens pela Europa e pelo Mundo (ao que dizem, um está parado e fornece peças para o outro andar).
Esses aviões são também utilizados em transportes de urgência entre as ilhas e o continente. Houve que fazer um transporte de urgência de um recém-nascido para o continente. Aquele avião militar a hélices baseado no Porto Santo faz uma barulheira infernal, leva horas para chegar à capital e é desconfortável pelo frio, sem condições para um médico monitorizar equipamentos e acompanhar devidamente o bebé. Mas teve de ser utilizado para esse efeito.
Além da viagem ser mais prolongada e ir parar a Rio Frio, não prestam assistência nenhuma ao médico (exemplo, água e um snack). Depois de entregue o doente a quem de direito, o médico que viaja do Funchal tem de pagar táxi de Rio Frio para o Aeroporto de Lisboa e depois ainda se confronta coma falta de apoio da TAP que chega a não dar prioridade para o seu regresso ao Funchal conforme protocolos assumidos entre as diversas entidades.
Ao que apurámos, estes transportes realizados pela FAP são tudo menos gratuitos, traduzindo-se numa “pipa de massa” facturada pela Força Aérea.
Coloca-se a questão de como é que um País com duas Regiões Autónomas e 11 ilhas habitadas não tem dinheiro para comprar por exemplo um avião igual ao do Cristiano Ronaldo para realizar este serviço humanitário, quando o próprio Cristiano do seu orçamento pessoal o consegue?
Por outro lado, há transportes de doentes que também são realizados por via marítima. Se o empresário Luís Miguel de Sousa, que está a vender os hotéis que tem na Ilha Dourada, abandonar por qualquer motivo a linha do Porto Santo irá o Governo central, à pressa, comprar um barco ao “Armas” para realizar estas viagens?
Estepilha, ficamos por aqui… para a semana há mais…