PCP denuncia precariedade laboral e perda de poder de compra na administração pública

O PCP esteve hoje a desenvolver uma acção de contacto com os trabalhadores da Administração Pública Regional, para abordar a realidade laboral neste sector. O deputado Ricardo Lume considerou que há muito que os trabalhadores da Administração Pública “são confrontados com ataques que visam a precarização das suas condições de trabalho: a imposição de sistemas de avaliação injustos, a destruição de centenas de carreiras profissionais, o aumento dos salários a baixo do valor da inflação e o aumento do número de contratos a termo são disso exemplo”.

Os vínculos precários continuam a ser um grave problema na Administração Pública Regional que nega a estabilidade laboral a mais de 1000 trabalhadores na nossa Região que desempenham funções fundamentais para garantir o funcionamento dos serviços públicos, refere-se num comunicado.

“Apesar da propaganda do Governo Regional de combater a precariedade laboral na Administração Pública o que verificamos é um aumento exponencial de contratos a termo neste sector. Em Dezembro de 2016, quando o Governo Regional aprovou o plano de combate à precariedade laboral existiam 606 trabalhadores com contrato a termo na Administração Pública. Cinco anos depois da implementação do plano, em Dezembro de 2021, existiam 1088 trabalhadores com contrato a termo, ou seja, apesar do anunciado combate à precariedade o que verificamos foi um aumento na ordem dos 79% de vínculos a termo na Administração Pública Regional”, denuncia o PCP.

Para os comunistas, é inaceitável que no País e na Região exista uma política de desvalorização dos rendimentos dos trabalhadores, não garantindo a actualização anual dos salários. Não é aceitável que trabalhadores com mais de 20 ou 30 anos de serviço na Administração Pública ganhem o mesmo salário que os que hoje iniciam funções. Os trabalhadores da Administração Pública estão a perder poder de compra, pois o aumento salarial em 2022 foi de 0,9% quando a inflação prevista para o ano de 2022 é de 4%. Se é verdade que nos últimos anos foi possível a reposição defesa e conquista de direitos, agora com a maioria absoluta do PS na Assembleia da República e com um Governo de coligação PSD e CDS na Região a defesa e conquista de direitos só será possível com a intensificação da luta dos trabalhadores e com a intervenção decisiva do PCP”.