A equipa da Confiança mostrou hoje a frontal discordância com a intenção manifestada pelo actual executivo em deixar cair as comemorações do 25 de Abril no Funchal, que “desde 2014 assumiam-se como um dos principais momentos institucionais da cidade”.

As comemorações da Revolução dos Cravos na cidade do Funchal incluíam na sua programação uma sessão comemorativa na Assembleia Municipal, sempre com um orador convidado, onde discursaram nos últimos 8 anos figuras públicas como o ‘capitão de Abril’ Luís Alves Fraga, a historiadora Irene Pimentel, o médico Francisco George, o investigador Miguel Cardina ou o escultor Francisco Simões.

A organização compreendia ainda iniciativas de cariz cultural, como lançamentos de livros, declamações de poesia ou exposições alusivas à efeméride e ainda os populares concertos que, na véspera, enchiam a Praça do Município e por onde passaram nomes como Deolinda, Camané, Ana Moura, Carlina Deslandes ou Tiago Sena Silva, recorda a “Confiança”.

“Na semana em que a Democracia ultrapassou o tempo da ditadura em Portugal, esta intenção só pode ser considerada uma afronta aos ideais de Abril e representa um perigoso retrocesso a tempos de má memória para a cidade”, entende o actual vereador e antigo edil Miguel Silva Gouveia, afirmando que na próxima reunião de câmara será apresentada uma proposta que visa salvaguardar esse “património de liberdade que o Funchal conquistou” sugerindo um convite a Paulo de Carvalho, cuja vinda ao Funchal foi inviabilizada nos últimos dois anos pela pandemia.

No que diz respeito à Ordem de Trabalhos, os vereadores da Confiança votaram favoravelmente aos quatro pontos agendados, nomeadamente:

• À atribuição de tolerância de ponto na Quinta-feira Santa e no Sábado de Aleluia.
• Ao Relatório de Execução do Plano de Prevenção de Riscos de Gestão, incluindo os de Corrupção e Infracções Conexas referente ao ano de 2021.
• À abertura de procedimentos concursais para recrutamento de 30 Cantoneiros de Limpeza e 10 Motoristas de Pesados.
• Ao recrutamento de um Técnico Superior de Arquitectura.

Sendo esta uma reunião pública, ainda há a assinalar o avolumar da inscrição de munícipes para resolver situações de urbanismo, demonstrando que ainda estão muito distantes os cinco dias de prazo prometidos pelo actual executivo para resolução dos mesmos, e ao qual a vereação da Confiança promete dedicar uma atenção especial nos meses vindouros.