CDS diz que os emigrantes continuam à espera de respostas do governo central

Os deputados do CDS alertaram, em conferência de imprensa, para os últimos acontecimentos “que têm demonstrado que o Governo da República não tem qualquer interesse nos nossos emigrantes, nem na nossa diáspora”.

“Situações manifestamente visíveis, nomeadamente com o Programa Regressar, quando ainda não foi encontrada uma solução para que as pessoas que queiram regressar à Madeira, com o objectivo de recomeçar uma nova vida, possam usufruir dos mesmos apoios daqueles que optam por residir no Continente. Logo, continua aqui bem patente a discriminação com as Regiões Autónomas”, declara o grupo parlamentar centrista.

“Outra situação incompreensível é o Governo da República, há quase 6 anos, ainda não ter encontrado soluções para que os emigrantes, que apostaram no BES e no BANIF, possam reaver as suas poupanças. Assim como a TAP, que para além dos preços exorbitantes que os nossos emigrantes têm que pagar para voltar à nossa Região, pelos vistos esqueceram-se da rota para a Venezuela. Vamos ver se, com esta abertura de rota da Venezuela para Portugal, se, de facto, a mesma será concretizada, quer pelo Governo da Venezuela quer pela TAP, que tem vindo a abandonar a nossa diáspora da Venezuela”, refere-se.

“É importante reforçar que, o que a nossa comunidade residente na Venezuela espera da TAP, enquanto linha aérea de todos os portugueses, é que a mesma retome a rota que mantinha com a Venezuela. Porque quando a Venezuela estava bem economicamente, a TAP tinha muito interesse em manter as rotas aéreas abertas e até reforçadas, mas como agora a Venezuela já não é uma rota importante para a TAP, já não interessa”, diz a deputada centrista.

Outra situação grave tem a ver com a Lei da Nacionalidade, que já passou por inúmeras mudanças ao longo dos anos, e mesmo sendo mais abrangente permitindo que outros lusodescendentes possam adquirir a nacionalidade portuguesa, esta alteração da lei não tem sido suficiente, pois a falta de recursos humanos torna o processo muito mais longo. “Os prazos de tramitação dos processos de concessão da nacionalidade portuguesa nos termos da lei correspondem a 30 e 60 dias, no entanto estão a demorar entre 14 a 20 meses”, afirmou, a respeito, a deputada Ana Cristina Monteiro.