Passageiros denunciam alegada quebra de segurança com a Covid-19 no MSC Splendida

O Funchal Notícias recebeu uma denúncia de uma cidadã portuguesa devidamente identificada, relativamente a uma alegada quebra de segurança com as regras Covid-19 ocorrida no navio de cruzeiros “MSC Splendida”, na Madeira. Dado o interesse geral e público da denúncia, e a descrição detalhada que faz do ocorrido, aqui a publicamos de viva voz, num relato na primeira pessoa, para conhecimento dos leitores:
“Estou a efetuar este contacto por forma a relatar uma série de situações que ocorreram a bordo do MSC Splendida de 12 de novembro (embarque no Funchal) até 23 de novembro (desembarque no Funchal). Estas situações ocorreram comigo e com o meu namorado, uma vez que partilhámos o quarto.
“(…) viajámos até ao Funchal por forma a embarcar no dia 12 de Novembro no MSC Splendida e, como faz parte do protocolo segurança, realizámos teste COVID-19 antes de embarcar a bordo.
Estava previsto realizarmos um teste obrigatório COVID-19, de acordo com o protocolo de saúde da MSC, no dia 15 de novembro e de acordo com o Daily Program do próprio dia (temos este documento em papel).

Segundo o mesmo, teriam que ser seguidos os horários designados na carta que iria ser entregue na cabine. Esta carta, nunca foi entregue na nossa cabine nem tão pouco, na cabine de outros portugueses que temos conhecimento  que embarcaram connosco no Funchal no mesmo dia. Assim sendo não realizámos teste algum.

No dia 20 de novembro pelas 09H30 recebemos uma chamada telefónica da recepção na nossa cabine ao que nos foi dito que tínhamos que permanecer na cabine porque tínhamos que fazer um teste COVID-19, que iria ser feito dentro de momentos, por uma enfermeira que estaria prestes a passar.

Após várias insistências telefónicas para a recepção, no sentido de saber o porquê de não podermos sair do quarto, pelas 19H20 foi-nos informado que o nosso teste iria ser realizado apenas no dia a seguir (21 de novembro) e que tínhamos inclusivamente de fazer as nossas malas e mudar de cabine, sem que para tal tivessem dado qualquer justificação. No entanto neste telefonema foi-nos dito que caso o nosso teste fosse negativo poderíamos regressar à nossa cabine de origem e fazer o resto do cruzeiro normalmente. Caso o teste fosse positivo aí então teríamos que fazer o nosso isolamento até ao final da viagem.

Após mudarmos de cabine recebemos a documentação que informava que estivemos em estreito contacto com uma pessoa que deu positivo para a COVID-19. Informa ainda que teremos testes adicionais de cortesia COVID-19, feitos conforme exigido pelas autoridades locais.

Ressalva-se ainda que:

– as pessoas (portuguesas) com quem partilhamos mesa ao jantar, não foram postas em isolamento ou testadas.

– no dia anterior (19 de novembro), saíram dois hóspedes (portugueses) da cabine para onde nos mudámos, porque testaram negativo a COVID-19.

No dia 21 de novembro, durante o período da manhã, telefonámos para a nossa linha de contacto da recepção no sentido de questionar quando íamos fazer o teste, ao que fomos informados que todos os testes COVID-19 por realizar já tinham sido feitos e que portanto não íamos fazer nenhum teste. De seguida pedi para fazer um teste COVID-19 sem custos, que se encontra previsto no protocolo de saúde e segurança e difundido em todos os Daily Program facultados a bordo, ao que me foi recusado. Seguida pedi para pagar os 80 euros ou os 25 euros para fazer o teste, porque como me tinham dito, caso fosse negativo poderia regressar ao meu camarote original e aproveitar o resto do cruzeiro. Foi-me negado e fui ainda informado que iria permanecer neste camarote em isolamento até ao final da minha viagem.

Também me foi negada informação acerca da data do contacto de alto risco, dizendo-me apenas que deveria permanecer em isolamento sem teste COVID-19 que foi pedido diversas vezes.

O cruzeiro atracou no Funchal em 23 de novembro e fomos movimentados e alojados no Pestana Casino Studios, onde nos encontramos atualmente em isolamento.

Soubemos através de outras pessoas que também se encontram aqui alojadas que para além de o nosso protocolo de segurança não ter sido cumprido, também com elas aconteceram situações lamentáveis a este respeito. Desde pessoas a estarem em isolamento um dia, testaram negativo e saírem no dia seguinte, até pessoas estarem 3 dias em isolamento sem teste (o nosso caso), a até pessoas que fizeram as mesmas excursões do que nós (local onde prevemos ter havido o contacto de risco), ficaram a bordo normalmente, fazerem testes todos os dias negativo e apenas foram isoladas na última noite  (dia 22) sem razão aparente.

O governo regional da Madeira, por intermédio das autoridades de saúde deverão ter celebrado um protocolo de sanitário e de segurança com esta empresa de cruzeiros que não está a ser cumprido por parte da mesma (MSC). Assim sendo, desembarcaram centenas de hóspedes esta manhã, oriundos de um cruzeiro que não cumpriu o certificado a que se comprometeram (com o governo e com os hóspedes), nem seguiram as normas da DGS.

Paralelamente aos abusos de autoridade, liberdades individuais e respeito que foram violados, pelo menos no nosso caso.

Nos casos do outros hóspedes, eles também se encontram aqui alojados (…)

Até agora ainda não fomos informados da razão do nosso isolamento, tirando o facto de termos estado em estreito contacto com um indivíduo positivo, que tanto quanto sabemos até poderá ser engano, porque recorrentemente quando falávamos com os elementos de bordo eles ou prestavam falsas informações ou não sabiam do que estavam a falar.

A devida denúncia já feita à Policia de Segurança pública e proteção civil”.