Dois professores do Liceu em Praga no projeto Erasmus +

 

No passado dia 5 do mês de Novembro eu, Rolando Almeida e Horácio Freitas, ambos professores de filosofia do Liceu Jaime Moniz, rumamos à capital da República Checa, para uma formação integrada no projeto Erasmus +, KA1. A formação com a denominação de Going Digital in an inovattive Classroom, tal como o próprio nome deixa antever, baseou-se na aplicação de ferramentas tecnológicas para o desenvolvimento do pensamento crítico e cooperativo na sala de aula. Teve a duração de 5 dias e estava inicialmente prevista nas instalações de uma escola secundária. Devido às restrições provocadas pela Covid 19, infelizmente, acabou a ser dada em instalações alugadas para o efeito fora do ambiente escolar. Creio que perdemos um pouco do espírito previsto. Com efeito, este talvez tenha sido o único aspeto menos positivo, pois toda a experiência formativa e social que envolve um projeto Erasmus + deveria ser extensível a todos os professores.

O nosso grupo foi constituído por cinco professores dinamarqueses, duas professoras croatas, duas romenas e nós, dois portugueses madeirenses. Ao longo da formação treinamos competências no uso de ferramentas em contexto digital que permite elaborar fichas de trabalho, modelos de avaliação interativos, códigos digitais como QR Codes para promover informação aos alunos e a construção de sites. A vertente social do projeto foi também prejudicada pelas restrições da pandemia, mas ainda assim houve a oportunidade de uma visita guiada pela bela e carregada de história cidade de Praga, o que nos possibilitou aprofundar um pouco mais o nosso conhecimento da cidade. Talvez aquele que mais me tenha chamado a atenção foi a casa onde viveu Kafka. Como sabemos Franz Kafka é um dos nomes maiores da literatura mundial, mas curiosamente deixou instruções a um amigo para após a sua morte destruir toda a sua obra. Felizmente o amigo salvou as suas obras.

Nesta altura do ano Praga é uma cidade fria e escurece bastante cedo, para além de muito cinzenta, de maneira que os nossos dias acabavam cedo e dentro de casa. Mas aproveitamos para passear bastante e obter o maior conhecimento possível da cidade. Os checos são afáveis e relativamente calmos, mesmo numa cidade onde uma cerveja custa menos que uma garrafa de água. O fantasma de Dvorak e Smetana faz-se sentir em praticamente todas as ruas e em muitas delas podemos encontrar casas de música, salas de concertos, etc. o que nos diz que a música por aqueles lados, tal como na vizinha Áustria e Alemanha é mesmo coisa de se levar a sério. Tivemos ainda tempo para provar os famosos Chimney Cake que em checo se pronuncia aproximadamente como “dôbro”. Obviamente nenhum dos locais obrigatórios nos passaram ao lado, desde a famosíssima Charles Bridge ao Castelo e Catedral de S. Vito e o Orloj na torre do edifício semidestruído na segunda grande guerra da Câmara Municipal mesmo na praça da cidade velha. E, claro, o bairro judeu.

Durante a formação aproveitamos para promover a nossa escola. Exibimos pequenos vídeos, impressionando os colegas de outros países pela dimensão, aspeto, condições e organização do Liceu. E como somos uma região turística também promovemos a ilha da Madeira com a exibição de mais de 80 slides sobre a ilha. Fomos respondendo às questões dos nossos colegas e mostramos como a SREC e as escolas na ilha da Madeira lidaram com os confinamentos, mostrando também todo o trabalho de idealização e concretização do projeto Telensino que conheço de perto, um projeto que envolveu muitas pessoas e meios e nasceu da vontade do nosso Secretário de Educação, Dr Jorge Carvalho.

Uma palavra de agradecimento ao Liceu Jaime Moniz e ao Conselho Executivo na figura da sua Presidente, Dra Ana Isabel Freitas que acolheu o nosso projeto e o facilitou mostrando sempre uma grande disponibilidade e uma palavra muito especial por todo o incondicional apoio das colegas Ana Maria Kauppila e Fernanda Gama. Foram sempre a nossa base de apoio em todo este projeto que não seria possível sem a sua permanente disponibilidade. Foram incansáveis para que estivéssemos em Praga. E assim foi.