Estepilha: a história do Giro, Eco e o posto móvel

Rui Marote
Hoje a Horários do Funchal inaugurou um posto móvel na Avenida do Mar, com a presença do secretário regional da Economia. Pedro Calado e Bruno Pereira eram presenças anunciadas, mas não compareceram. O Estepilha esteve no local e, perante o que viu, perdeu-se em recordações.
Há mais de 30 anos que foi implantado um passe para estudantes e bilhetes pré-comprados, e mais tarde um cartão com uma vinheta mensal, dividido em três zonas que era lido numa máquina especial. Recordo a inauguração das máquinas nos autocarros e de dois postos de aquisição desse passe, uma em frente da alfândega, uma estrutura de ferro que era provisória segundo Nuno Homem Costa mas que até aos dias de hoje permanece, e outra, um quiosque localizado junto ao parque de estacionamento do Almirante Reis.
Mais tarde, surgiu outra estrutura de ferro, para venda de passes e renovação dos mesmos, na Avenida do Mar, junto ao monumento dos Combatentes. No início, as instalações de acesso ao público ficavam na Rua dos Ferreiros, e mais tarde na Rua 31 de Janeiro, num centro comercial. Hoje funcionam no Anadia Shopping.
Assistimos hoje à inauguração de um “falso” Posto Móvel no inicio do “calçadão” da Avenida Sá Carneiro, ao lado da rampa de acesso à marina.
Trata-se de um mini autocarro eléctrico, ex-Eco, cujas baterias estão danificadas, sendo a substituição superior ao preço do autocarro.
Continuamos sem saber quem é o dono do “calçadão”, uma vez que foram os Portos do Funchal a autorizar a instalação. Na altura em que a Sociedade Metropolitana efectou obras nessa via, a Câmara do Funchal estava sob a alçada de Miguel Albuquerque, e gerou-se um mal estar. Alberto João Jardim regionalizou a Avenida do Mar e só no final de mandato restituiu-a ao Município.
Entretanto, a APRAMA continua a chamar a si toda a marginal e a praça CR7. O Governo “fez filho em barriga alheia”… Voltando ao “falso” Posto Móvel, o mesmo é fixo, uma vez que só funciona com energia eléctrica e acesso a pagamento de cartão de crédito. Na inauguração primaram pela ausência o presidente do município funchalense, Pedro Calado e o vereador com o pelouro do trânsito Bruno Pereira.
Barreto fez questão de salientar que este “falso” posto móvel servirá os turistas que nos visitam. Se são turistas dos cruzeiros, esqueçam, que na gare marítima existe uma máquina da venda desses passes.
A 100 metros temos um stand que há muito já funciona – da HF- junto ao monumento aos antigos combatentes. Os condutores da Horários do Funchal, agentes únicos, recebem um subsídio quando acabaram os cobradores (bilheteiros) para efectuar essa tarefa e manobrar o painel da carreira.
Se estamos a pensar servir os turistas, o FN alerta para a paragem da estrada monumental, junto ao Lido, a que a certas horas da manhã e ao final da tarde a movimentação é grande, e os autocarros chegam a estar na paragem cerca de 10 minutos. Este “falso” posto deveria estar colocado naquela zona para servir os hotéis localizados naquela área, e nunca os turistas que chegam por via marítima e estão apenas algumas horas no Funchal.
Estepilha, o que este “posto móvel” é,  é mais uma “roullote” no centro do Funchal..

O que faz falta no Funchal não são postos de venda, mas uma central de autocarros, um sonho que o coronel Morna quis concretizar. A Câmara e o Governo implantaram um Parque de estacionamento para dar a privados a exploração. Estive em Baku, no Azerbaijão, onde certas paragens movimentadas na maior avenida estão munidas de uma máquina onde os utentes compram os bilhetes (ver foto); já em Astana, no Cazaquistão, as paragens tem mini bibliotecas (ver foto), para entreter quem espera.
Entretanto no Funchal, cidade europeia, os painéis electrónicos geralmente estão avariados, e os utentes têm de consultar a “bula” nas costas das paragens, a fim de saber os horários. Está no sangue dos madeirenses espalhar roullotes e barracas (tabernáculos), fazendo-os proliferar por toda a cidade… Estepilha!