SPEA pede aos madeirenses que ajudem as aves marinhas

A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) apela aos madeirenses para colaborarem na Campanha Salve uma Ave Marinha, ajudando na recolha e identificação de aves marinhas encandeadas pelas luzes.

Todos os anos, esta campanha salva cerca de 200 aves marinhas, maioritariamente juvenis, vítimas da poluição luminosa. Para além do apelo geral a que reduzam a iluminação e estejam atentos à possibilidade de encontrar uma ave marinha encandeada, a SPEA Madeira procura voluntários para as brigadas de patrulhamento que irão percorrer as ilhas de 28 de outubro a 4 de Novembro.

A Campanha “Salve uma Ave Marinha” será lançada já no próximo dia 15 de Outubro. Nesta data, a sede da SPEA Madeira (Rua da Mouraria, nº9, 4ºB, Funchal) estará aberta ao público das 16h às 18h, para dar a conhecer a campanha e facultar um Kit para salvar aves marinhas. A campanha, que vai já na 12ª edição, decorre até 15 de Novembro, época mais crítica para a queda de juvenis desorientados pela luz nocturna artificial.

Em terra, aves marinhas, como a cagarra, têm hábitos nocturnos. É à noite que saem dos ninhos, orientando-se pelas estrelas. Por isso, têm os olhos adaptados à visão nocturna. Mas com o proliferar das populações humanas, essa adaptação tornou-se numa vulnerabilidade: estas aves são atraídas pelas luzes das cidades, e, como os seus olhos são mais sensíveis à luz, ficam encandeadas, explica a SPEA.

Nesta altura do ano, os juvenis de cagarra saem dos ninhos, e, por serem pouco experientes, são muitas vezes atraídos pelas luzes, ficando encandeados e acabando por colidir com edifícios, linhas eléctricas e veículos. Alguns acabam por cair no chão, podendo mesmo morrer devido aos ferimentos ou à incapacidade de voar. A situação é especialmente grave nas noites de lua nova, que este ano serão de 28 de Outubro e 4 de Novembro, altura em que os técnicos da SPEA organizarão brigadas de patrulhamento que farão rondas nocturnas em busca de aves encandeadas. Para fazer parte de uma destas brigadas, basta informar a SPEA da sua disponibilidade, através do email madeira@spea.pt.

A costa sul da Madeira, por ser a mais habitada, é também a mais problemática, contabilizando mais quedas de aves marinhas. As ruas sobreiluminadas, os projectores de luz mal direccionados (para escarpas e para o mar) e os candeeiros que não bloqueiam a emissão de luz para o céu, ameaçam estas aves, para a poluição luminosa das cidades e desperdiçam energia.

“Todos podemos minimizar o problema: em toda a ilha da Madeira e Porto Santo, os municípios, hotéis, campos de futebol e até casas particulares devem desligar o máximo de luzes durante a noite, de forma a minimizar o impacto nas aves marinhas. A longo prazo, a SPEA recomenda também que as fontes de luz prejudiciais sejam trocadas, ajustadas para uma melhor eficácia energética, e, sempre que possível, desligadas”, refere uma nota de imprensa.

“Se encontrar uma ave marinha encandeada deve aproximar-se lentamente e pôr a ave numa caixa de cartão, para posteriormente soltá-la à noite, à beira-mar, num sítio calmo e escuro. Caso a ave esteja ferida, contacte o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, RAM através do 961957545 (09:00-17:30) ou a GNR – Comando Territorial da Madeira (disponível 24 horas). Em qualquer dos casos, registe também a ocorrência junto da SPEA, através do telefone 967232195 ou preenchendo o formulário em https://bit.ly/2x1AWSP. “, refere a nota à comunicação social.