A elevação da Capela de Nossa Senhora da Graça, no Porto Santo, a Santuário Diocesano poderá acontecer em breve.

Ainda não será a 15 de agosto próximo mas pode acontecer entre 16 de outubro a 6 de novembro por ocasião da visita das relíquias de São Tiago Menor aos Arciprestados e, também, ao Porto Santo.

Se tal não suceder a data alternativa é 15 de agosto de 2022.

A novidade foi avançada ao Funchal Notícias pelo Padre do Porto Santo, Hugo Gomes que, atento à história e à devoção do povo do Porto Santo a Nossa Senhora da Graça, propôs ao bispo do Funchal, D. Nuno Brás a elevação da capela a Santuário Diocesano.

Aliás, o Funchal Notícias sabe que os estatutos do novo Santuário foram alvo de apreciação, esta semana, por ocasião da visita de D. Nuno Brás ao Porto Santo. As novenas da festa deste ano começam esta semana.

A ideia é dotar o Porto Santo de um santuário, que atualmente não tem, e, assim, evitar que muitos portossantenses tenham de deslocar-se à Madeira ou ao continente para cumprir promessas em santuários.

Serão os estatutos a definir a função e a missão do futuro santuário. Depois será nomeado um reitor para o Santuário (que tudo indica será o pároco local), definir quem são os responsáveis e o papel da confraria.

Datada do séc. XVI, a capela de Nossa Senhora da Graça está intimamente ligada à história da ilha do Porto Santo.

Ali se refugiaram muitos dos habitantes para escapar à perseguição dos piratas e os antigos carreireiros tinham na Senhora da Graça a sua proteção. Antes, a missa do dia de todos os santos era sempre na Capela da Graça, ainda hoje, as primeiras missas do ano são na Capela da Graça.

É na capela da Graça que todos os anos se celebra um dos maiores arraiais da ilha do Porto Santo (agora suspenso por causa da pandemia), a 15 de Agosto, precisamente em honra de Nossa Senhora da Graça, uma das sete Senhoras.

A ermida é um dos mais antigos templos construídos na ilha do Porto Santo, antes de 1533.

Reza a lenda que a imagem da Senhora da Graça era trazida para a igreja matriz mas “teimava” em aparecer misteioramente naquele local ermo.

A primitiva capela foi destruída no ano de 1812 (restam ruínas) e foi reconstruída, no atual local, em 1951, no episcopado do bispo D. António Pereira Ribeiro, sendo pároco do Porto Santo o Pe. Silvano.

De resto, dizia-se que se a capela não fosse reconstruída, o Porto Santo não era abençoado com as chuvas que tanta falta fazem.