Albuquerque recusa-se a suspender “recolher obrigatório”

Miguel Albuquerque afirmou hoje que não vai suspender nenhum “recolher obrigatório” na Região. Foi ao ser questionado por uma jornalista sobre uma reunião do INFARMED, amanhã, na qual está sobre a mesa a possibilidade de se acabar com este modelo, que o chefe do Governo madeirense negou tal possibilidade na RAM.

“Não vou acabar com recolher nenhum. Nós estamos num estado de calamidade, que será renovado, e nós vamos manter os horários, porque ainda estamos em plena pandemia. Por conseguinte, o que temos de fazer é manter o recolher obrigatório, o encerramento dos estabelecimentos à hora determinada, evitar os ajuntamentos e as parvoíces que se têm passado nos últimos tempos (…)”, sustentou.

Não falta quem afirme que, actualmente, não há sustentabilidade legal para um regime de “recolher obrigatório”, porém. Mas isso não parece importar ao presidente do GR.

Salientando que a Madeira tem a capacidade hospitalar totalmente salvaguardada, apenas com cinco pessoas internadas com Covid-19, revelou que há duas cadeias de transmissão no Porto Santo, perfeitamente identificadas, e que se têm verificado ajuntamentos na praia, “sobretudo de malta nova”. Há lá 15 casos activos.

“Vamos manter tudo o que são medidas profilácticas, de distanciamento e encerramento”, declarou acrescentando que os empresários no Porto Santo, em termos gerais, estão “a comportar-se bem”, com excepção de um, que “já foi multado”.

Albuquerque falava hoje à margem da inauguração de uma unidade de alojamento local no Paul do Mar.

Questionado sobre o prolongamento de apoios às empresas, pedido, por exemplo, pelas actividades marítimo-turísticas, o presidente disse: “Nós vamos equacionar esses apoios, vamos ver quais são as quebras (…) esse apoio poderá ser total ou só parcial, em função dos resultados relativamente aos anos anteriores”, prometeu.

Revelou que a Região já recebeu umas trinta mil entradas de visitantes ingleses nos tempos mais recentes. O mercado alemão deverá reabrir também a 2 de Agosto. A retoma prossegue, mas não é total, havendo ainda hotéis encerrados ou parcialmente encerrados. “Ainda estamos em plena pandemia”, admitiu, assumindo que o Governo Regional está portanto a equacionar a necessidade de apoiar algumas empresas, sobretudo as que foram mais afectadas. E insistiu que no apoio às empresas o GR já investiu 185 milhões de euros.

Albuquerque disse ter querido estar presente na ocasião por achar importante as entidades competentes incentivarem o “espírito empreendor” na Madeira. O jovem casal de empresários responsável pela unidade de alojamento local em questão “perseguiu um sonho e concretizou-o”, salientou, “arriscando e investindo na recuperação de uma casa quase secular e que representa neste momento uma oferta de qualidade turística que deve ser valorizada”.

“É necessário continuarmos a investir, a criar riqueza, a criar qualidade, a criar postos de trabalho”, declarou.