Porto do Funchal: um “saco vazio” enfrentando todavia o futuro com optimismo

Rui Marote
Decorridos 11 anos que foi inaugurada a Gare Marítima do Porto do Funchal, estão em curso obras de manutenção e recuperação desta infraestrutura portuária.
Plagiando o slogan que durante varias eleições foi bandeira do partido que sempre governou a Madeira “Ajudei ajudem-me!”, esta súplica assenta como uma luva na APRAM que foi o “banqueiro” que deu crédito ao Governo durante muitos anos.
Hoje está a braços com uma “peste” Covid-19 que paralisou os portos da RAM ao contrário do aeroporto, agora a única porta de entrada que nunca encerrou e hoje caminha para sua normalização.
Isto não aconteceu com os portos e actividade cruzeirista paralisou até o presente.
A actual administração com o porto às moscas, não cruzou os braços á espera que o “maná ” caísse do céu: arregaçaram as mangas e diversas obras surgiram no cais sul desde quebra-mar, novos cabeços, obras no ilhéu de Nossa Senhora da Conceição, edifício à entrada do túnel, escritórios de segurança, não esquecendo o equipamento de testagem à Covid-19 e desinfecção. No cais norte, a  nova gare a inaugurar em finais de Setembro.
Hoje o FN fotografou as obras em curso na nova gare, em que o tecto será recuperado, uma vez que as águas da chuva têm danificado as instalações, com perfurações devido ao excremento corrosivo das gaivotas. Haverá modificações nos espaços atribuídos, para maior rentabilidade.
Temos um porto asseado e com flores: falta uma certa animação portuária, como existe em portos como Singapura, Honolulu, Auckland… Os portos são espaços de convívio, alguns integrados em centros comerciais, e de visitas constantes. Temos uma gare encerrada. Até chegou a estar na mente da segurança que o porto era para encerrar à população. Um tabu que não foi aceite, felizmente, sendo hoje, apesar de tudo, o porto do Funchal, de manhã e á noite, local de corridas, de treino com bicicletas e de caminhadas.
Já agora alertamos para a desmontagem da manga danificada, uma vez que uma já se encontra fora do edifício da gare, aguardando a desmontagem. Recordo que destas mangas, uma foi utilizada meia dúzia de vezes e outra nunca funcionou. Milhares de euros deitados ao mar… ponto final.
Como nota final, caso o porto venha ser privatizado, os novos proprietários receberão o “filet mignon” recuperado, e ficam prontos a facturar… haja barcos.