Utentes com demência, Alzheimer, etc.; Albuquerque acha razoáveis visitas a dois metros de distância

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Miguel Albuquerque acha justificável que utentes dos lares de terceira idade que sofrem de patologias como Alzheimer, surdez, demência e outras desse tipo tenham de “comunicar” com os seus familiares visitantes a dois metros de distância. A posição foi assumida face a uma questão repetida hoje pelo FN (já anteriormente a tínhamos colocado ao presidente do Governo, numa conferência de imprensa online). Aquando da primeira vez que colocámos o assunto, afirmou que “nós não somos insensíveis”, e que cada caso poderia ser avaliado e peticionado ao secretário da Saúde, Pedro Ramos. Porém, o FN testou o assunto: o jornalista tem um familiar nesta situação e peticionou ao governante, há uns bons dois meses, mas não recebeu qualquer resposta. Albuquerque, no entanto, continua a afirmar que o secretário “responderá” a quem lhe colocar casos particulares deste género, para análise.

O chefe do Executivo madeirense continua a alegar que “a prioridade máxima é a segurança”, e entende como apropriado que os lares não recuem um milímetro” nas regras, não levando em consideração estes casos especiais. “As administrações dos lares são responsáveis, e depois têm os seus critérios”, disse, falando aos jornalistas à margem da inauguração oficial de um trabalho artístico de Rigo 23, no ilhéu de Câmara de Lobos. “O governo determina um conjunto de decisões”, assumiu, e frisou os aspectos positivos: “Nós já alargámos o horário das visitas, agora, as normas de segurança são para se manter. Até porque, como sabe, tivemos quatro casos de contaminação, em que um idoso morreu, porque a família o abraçou”, asseverou. “Foi visitar e deram-lhe uma carga de abraços…”, declarou.

O FN insistiu, considerando, que, com certeza, há que manter os cuidados, e salvaguardar a vida humana em primeiro lugar, mas questionou: “Acha razoável que os familiares de alguém que sofre de Alzheimer tenham de se manter a dois metros de distância?” Na sua resposta, o responsável disse entender que “não se trata de ser razoável ou não razoável, a questão é qual o valor que temos que salvaguardar. O valor primeiro é salvaguardar a vida das pessoas”, assegurou.

Entretanto, o FN registou um facto curioso, em situação de pandemia, e em que tantas regras têm de ser observadas: na inauguração da obra de arte no ilhéu de Câmara de Lobos, e ao contrário de outras entidades presentes, inclusive do seu governo, Miguel Albuquerque distribuiu apertos de mão pelos que se encontravam no local.