Utentes e moradores contestam obras no miradouro da “Vila Guida”

Leitores do FN alertaram o nosso jornal para o facto de estarem a ser edificadas moradias à frente do miradouro que fica situado na Conde Carvalhal e Rua do Acciauolli. Na altura em que o processo se iniciou, recordam foi prometido que a construção não iria tapar a vista do miradouro. “No entanto não é isso que se verifica”, dizem os nossos leitores, devidamente identificados. “A parte mais baixa do miradouro irá ficar emparedada e a parte superior ficará limitada, basicamente só irá permitir “mirar” a linha do horizonte”, afirmam.

“Já não é a primeira vez que este miradouro sofre uma tentativa de “abate”. Há uns anos atrás quando construíram um prédio atrás onde tinha uma casa devoluta, na altura, podaram tanto as árvores que quase as matavam, numa tentativa de dar vistas ao tal prédio, (na governação de Miguel Albuquerque na câmara municipal)”, denuncia um dos leitores do FN.

“Nos dias de hoje esse “abate” está em parte consumado na actual governação com o emparedar do miradouro. No fim é de lamentar, dado que muito turista fazia paragem lá para apreciar a vista panorâmica” (…)

Classificando a situação de potencial “atentado” ao património público, a verdade é que a discussão sobre o assunto já caiu novamente nas redes sociais. Afirma-se que “a vista da baía da cidade, vai passar a ser as traseiras de uma casa”, enquanto que os partidários da construção afirmam que “o projecto cumpre escrupulosamente o PDM e foi desenhado por forma a manter as vistas do Miradouro, tendo uma cota de cércea máxima (nas casas mais próximas do Miradouro) cerca de 80 cms abaixo do que o PDM permitiria precisamente para reforçar essa intenção. Terão igualmente coberturas ajardinadas para melhor integração na envolvente e tendo presente o Miradouro”, afirma-se no facebook, onde a situação está a dar que falar.

A verdade é que já não é de agora que a discussão sobre os projectos para o chamado miradouro da “Vila Guida” têm gerado polémica entre os munícipes. O FN já se referiu à situação a 19 de Fevereiro do corrente ano. O prazo para a conclusão das obras é 14 de de Janeiro de 2022. Trata-se de sete fogos habitacionais autorizados por despacho do vereador do ordenamento do território de 19 de Dezembro de 2020.

O promotor é a empresa Francisco Costa & Filhos, S.A. e a empresa responsável pela construção a Socicorreia.

Pelo que nos pudemos aperceber, entre os argumentos esgrimidos pelo promotor da obra contra os detractores, está a afirmação de que a vista do emblemático miradouro (que deu muitos cartões-postais do Funchal ao longo dos anos, e que é lugar muito visitado por turistas) não terá a vista do mesmo comprometida. Quando muito, a vista do jardim do miradouro…

Ora, de uma forma ou de outra, queixam-se os utentes, a verdade é que, pelo que se vê e aparenta não iludir, de uma forma ou de outra, a vista nunca mais será a mesma.

Daí que se gere o burburinho e a troca de opiniões actualmente em curso.