PPM denuncia “ambiente de podridão na República”

PPM emitiu, a nível nacional, um comunicado no qual, face à decisão da Justiça em deixar cair por terra grande parte das acusações que se imputavam ao ex-primeiro-ministro José Sócrates, manifesta a sua preocupação “pelo ambiente de podridão na República, onde se assiste ao descrédito da Justiça e da Política”.
PPM vê no caso José Sócrates a instrumentalização da Justiça para fins políticos que conta ainda com uma Comunicação Social débil e financeiramente muito dependente do Estado.
Para os monárquicos, falta a “figura isenta de um Rei que dá posse a juízes escolhidos interpares”, algo que não existe no actual sistema de governação em Portugal.
“A ausência dessa figura cimeira isenta permitiu que, durante anos, tenham-se alimentado notícias especulativas, apoiadas em fugas de informação com efeitos estratégicos e calculados com efeitos políticos para, no fim, assistirmos à queda por terra de muitos dos factos que eram considerados como provas de actos criminosos”.
“A demora da Justiça – que começou com a detenção do ex-primeiro-ministro em Novembro de 2014 – não só mina a confiança interna nas instituições da República como prejudica a imagem de Portugal a nível internacional, dando a impressão de que as caricaturas de Justiça que surgem em relatos de países de Terceiro Mundo são uma realidade normal neste canto histórico da Europa civilizada”, prossegue o PPM, que, pela voz de Gonçalo da Câmara Pereira, refere que “esta situação de descrédito é mais grave do que, por exemplo, a questão dos adiantamentos reais de 1906 e que levaram então o deputado republicano Afonso Costa a declarar no Parlamento que “por muitos menos crimes do que os cometidos por D. Carlos, rolou no cadafalso, em França, a cabeça de Luís XVI”.

“Temos assim o dever patriótico – e moral – de alertar o Presidente da República para que se pronuncie de forma clara sobre esta situação antes que a mesma se volte contra si e a instituição que representa”, refere o PPM.