USAM alerta para problemas enfrentados pelas mulheres em plena pandemia

A União dos Sindicatos da Madeira salientou hoje o lema “defender a saúde”, “dignificar o trabalho” e “avançar na igualdade” para salientar o Dia Internacional da Mulher, na Semana da Igualdade, promovida pela Comissão para a Igualdade da CGTP-IN.

“A igualdade não pode ser negociada, tem de ser, isso sim um ponto de partida”, refere um comunicado, no qual se refere que “a luta pela igualdade para todas e para todos é uma luta que sempre esteve lado a lado com luta das mulheres pela sua autodeterminação”.

Há que denunciar “as discriminações e ataques aos trabalhadores, principalmente, às mulheres
trabalhadoras, que em paralelo travam uma outra batalha contra a sua invisibilidade.
Sabemos que, teoricamente, Portugal é um dos países em que a legislação protege a igualdade,
condena a violência de género e a discriminação a todos os níveis, no entanto, infelizmente, essa
proteção não é uma realidade com que nos deparemos no dia-a-dia e não podemos deixar que a
pandemia que atravessamos e o confinamento que a bem da saúde pública se impõe faça travar
a nossa luta nem recuar as conquistas alcançadas com tanto sacrifício”, sublinha a USAM.

“Temos de enfrentar o assédio moral e profissional de frente, como algo que existe e tem de ser
combatido, mas só pode ser combatido com um verdadeiro empoderamento dos trabalhadores e
das trabalhadoras, através da dignificação merecida do seu trabalho”, refere-se.

“No que diz respeito às desigualdades que afectam as mulheres, mais concretamente ao nível
laboral, a realidade leva-nos a concluir que, no nosso país, as mulheres constituem o grupo em
que o trabalho é mais mal pago. Se, por um lado, há uma taxa de participação feminina no mundo
laboral acima da média europeia (73%), representando cerca de 50% do emprego em Portugal,
por outro lado, são as mulheres que mais sofrem com a precariedade laboral e são elas que
recebem os salários mais baixos, num país onde os salários dos trabalhadores em geral tem vindo
a decrescer progressivamente”, diz-se.

“São também as mulheres que mais sofrem com a desregulação dos horários de trabalho, pois, em
geral trabalham uma hora e meia mais do que os homens, tendo em conta que o trabalho
doméstico, segundo os estudos efetuados são maioritariamente realizados pelas mulheres.
Para acentuar ainda mais as desigualdades acresce o facto de serem as mulheres que mais
interrompem a sua carreira para cuidar dos filhos e para ocuparem o papel de cuidadoras
familiares, o que tem consequências não só na sua carreira laboral, mas também na redução do
valor das suas reformas”.

A pandemia COVID – 19 veio piorar ainda mais a situação, acentuando as desigualdades e os factores de risco. Dos trabalhadores que solicitaram apoio extraordinário, 80% são mulheres, referiu hoje em conferência de imprensa Luísa Paixão, pela USAM.