60 milhões a funcionar no quarteirão da Insular de Moinhos: “Exército” AFA no terreno

Rui Marote
Os trabalhos decorrem a bom ritmo no antigo quarteirão da Companhia Insular de Moinhos, que inclui um edifício com História, datado de 1929, que albergou uma moagem de cereais.
Em 1930 o denominado decreto da fome, sobre o monopólio das farinhas, causou a Revolta da Farinha e a Revolta da Madeira.

Em 2003, a Câmara Municipal do Funchal aprovou um projecto do arquitecto Caires para o edifício da antiga moagem. Apartamentos de luxo, à imagem das zonas históricas recuperadas em diversas cidades europeias e norte-americanas. Face ao interesse do Grupo Sá, acabou-se por não ir em frente juntando todo o quarteirão no mesmo projecto, como o pretendia este empresário madeirense. Quem não se recorda da chaminé da fábrica ostentar o logótipo do Sá, o que criou polémica na cidade, sendo depois foi retirado? Em 2017 o edifício e todo o quarteirão foi então vendido pelo grupo Sá, pelo valor de 7,5 milhões, ao Grupo AFA, com a intenção de o requalificar e transformar o antigo edifício da “Insular de Moinhos” num Hotel de Cidade, cuja concretização estava prevista para 2020.
A 22 de Fevereiro  de 2019, no entanto, deflagrou um grande incêndio que destruiu todo o seu interior.

No tempo das vacas magras, em 2014, o quarteirão foi alvo da “cobiça” de Joe Berardo para instalar um museu do Azulejo, que seria integrado num roteiro turístico entre o Mercado dos Lavradores, compreendendo um “tour” entre casa de bordados, teleférico e Quinta do Monte. O projecto, no entanto nunca avançou, uma vez que o empresário desejava apoio governamental e o Grupo Sá acabou por nunca receber qualquer proposta de Berardo.
Há cerca de um ano perguntámos a Avelino Farinha para quando seria o arranque do Hotel Cidade? Resposta explosiva: “Investir em Hotéis agora, só um louco!!!”
Um ano passado, eis que surge um novo projecto de 60.000 euros que está em marcha, e que visa erguer o Savoy Residence Insular, a ser construído em ano e meio.
O Funchal Notícias esteve no local e o “exército” da AFA já está no terreno, onde procede a escavações no Largo do Pelourinho. O edifício onde funcionou a escola de condução Ideal está a ser desmantelado.

Os prédios em frente, onde funcionou a antiga bilheteira dos carros do Caniço e uma oficina de picheleiro que produzia obras de latão, que estavam muito degradados, estão a ser alvo de requalificação, mantendo-se a fachada exterior. Esta é uma outra obra particular, que nada tem a ver com a AFA.
Um quarteirão que esteve morto durante dezenas de anos finalmente deverá trazer à cidade uma nova imagem.