Retratos de um fim-de-ano melancólico

Fotos: Rui Marote

Num fim-de-ano atípico, as imagens que se colhem pelo centro do Funchal em tempo de pandemia reflectem alguma melancolia e estranheza, a par com a tentativa, necessária, de continuar com a vida quotidiana.

As barreiras de vidro que separam clientes do atendimento, nas barracas colocadas na placa central; os escassos turistas que ainda se conseguem encontrar numa ilha que se orgulha de ser o melhor destino insular do mundo, de omnipresente máscara; as famílias que descem ao centro tentando manter uma normalidade pelo menos aparente; os cuidados de jardinagem na zona de frente mar do Funchal, onde se espera que não ocorram hoje grandes aglomerações para ver o fogo de fim-de-ano, potenciando situações de grande transmissibilidade do vírus; tudo se reveste de uma aura algo triste e ao mesmo tempo estóica. Um dia lembrar-nos-emos sem saudade destes tempos bizarros, que esperamos ultrapassar sem consequências mais gravosas. Que venha 2021, e esperemos não pagar logo no princípio do ano, a factura de maus comportamentos e más opções governamentais. Que seja um ano de efectiva esperança e retorno à normalidade…