Associação “Cosmos” denuncia aquicultura ao Ministério Público

A Cosmos – Associação de Defesa do Ambiente e Qualidade de Vida veio por este meio informar que ontem, sexta feira, dia 18 de dezembro, solicitou ao Procurador do MP, junto do Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal, Dr. Pedro Serra, que declare ilegal o Plano de Ordenamento para a Aquicultura Marinha da Região Autónoma da Madeira (POAMAR), e consequentemente, declare sem efeito legal, qualquer concessão atribuída a privados para a exploração e funcionamento de unidades de aquicultura marítima na Região.

As razões apresentadas por esta associação são as seguintes: ”

  1. Nada foi encontrado, nada nos foi entregue, ou seja, este Plano de Ordenamento não cumpre minimamente os procedimentos de elaboração, acompanhamento, discussão pública e aprovação regulados pela Lei nº 17/2014 de 10 de Abril.

 

  1. Não cumpre em nenhum ponto o Decreto Lei nº 38/2015, que define o regime jurídico aplicável à elaboração, aprovação, alteração, revisão e suspensão dos instrumentos de ordenamento do espaço marítimo nacional.

 

  1. O POAMAR por ser considerado um Plano de afectação deveria ter cumprido o regulamentado pelo Decreto Lei nº 38/2015, nomeadamente tudo o definido na Secção III desde o artigo 20º (Conteúdo material) e 21º (Conteúdo documental). Não foi elaborado os estudos de impactes ambientais exigidos pelo artigo 23º, nem foi sujeito a qualquer participação pública exigida no artigo 25º nomeadamente no que se refere ao período de discussão pública.

 

  1. Apenas existe a Resolução do Governo Regional – nº1025/2016 de 22-12-2016, publicada no JORAM – I serie nº227 de 28 de dezembro de 2016, a aprovar o POAMAR publicando um pequeno texto de duas folhas, uns pequenos mapas sem qualquer estudo de base, justificação ou rigor que se exige a um Plano de Ordenamento do espaço marítimo definido e regulado pelo Decreto Lei nº 38/2015″.

Finalmente, refere um comunicado assinado pelo presidente da Associação, Dionísio Andrade, a Cosmos também apresentou “algumas ilegalidades detectadas num bloco em construção na Rua Dr. Pita (em frente ao Campo de Futebol)” e também alertou o magistrado do Ministério Público para o caso da suspensão do PUA (Plano de Urbanização do Amparo), “em que existe uma declaração em acta de uma deputada municipal, em que essa suspensão nunca poderá ser utilizada para viabilizar o denominado empreendimento imobiliário, “Dubai da Madeira”, na zona da Ajuda, pois as justificações apresentadas neste órgão de poder autárquico para essa suspensão, foram para outros fins que não aquele”.