Albuquerque diz que já sabia que aumento de casos de Covid-19 em Machico ia acontecer

Miguel Albuquerque disse hoje, comentando o aumento de casos de Covid-19 em Machico (40 casos em cinco dias) que “já sabia que isso ia acontecer”, porque “tem informação confidencial” sobre as cadeias de transmissão. Aproveitou para repetir que “estamos a atravessar uma das fases mais complicadas em termos de risco. Estamos com grande risco”, assumiu.

No entanto, continua a garantir que, graças ao trabalho desenvolvido pela Direcção Regional de Saúde, “ainda temos as cadeias [de transmissão] bem identificadas”.

“Fico muito satisfeito porque o que se passou na Santa Casa da Misericórdia podia ter corrido muito pior”, declarou, “pois conseguimos fazer a contenção”, entre pessoas idosas, garantiu. Agora, porém, “é decisivo e importante que os cidadãos residentes em Machico, e sobretudo os empresários, tenham muito cuidado e cumpram escrupulosamente as regras de distanciamento social, a não concentração das pessoas, o uso de máscara, a higienização. Tudo isso é essencial para contermos estes surtos”.

Albuquerque recomendou muita atenção, nestes dias de festa, em Machico e no Caniçal, nos bares e restaurantes, que prometeu “fiscalizar rigorosamente”.

O chefe do Executivo madeirense considerou, por outro lado, à margem de uma visita a uma exploração agrícola em Santana, que a candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa a um novo mandato como presidente da República “é natural”.

“Toda a gente estava à espera que o presidente se recandidatasse”, declarou, acrescentando que aguarda que Marcelo se pronuncie sobre os seus compromissos quanto às autonomias regionais. “Ele manifestou-me pessoalmente a intenção de inserir uma declaração e um conjunto de princípios relativamente às autonomias e à necessidade das regiões verem consagrado um alargamento dos poderes autonómicos (…) e a revisão imperativa da Lei das Finanças Regionais”, disse.

Miguel Albuquerque admitiu também hoje, aquando da visita a Santana, que a pandemia da Covid-19 coloca novos desafios ao escoamento dos produtos regionais. “Houve uma quebra”, referiu, “e por isso mesmo é que nós apresentámos a semana passada um programa (cujas candidaturas já estão abertas) com cerca de três milhões de euros para apoio aos agricultores e às empresas agro-industrias” que tiveram no segundo trimestre quebras significativas.

O presidente do Governo Regional da Madeira sublinhou que tem procurado chamar a atenção para os produtores regionais para incentivar o consumo local. Os produtos regionais, afirma, “são indiscutivelmente muito melhores”. Procura ainda sublinhar o desenvolvimento moderno da prática da agricultura, que, garante, se for bem feita é rentável, havendo disso vários exemplos na Região. As novas tecnologias, as formas como é escoado o produto e a própria apetência dos consumidores conjugam-se para que o moderno investimento na agricultura possa gerar de facto resultados.

A exploração de semilha e batata doce hoje visitada por Albuquerque é das principais fornecedoras destes produtos para a hotelaria madeirense. Tem cerca de um hectare e meio, no qual produz dez toneladas de batada doce e dez de semilha. “O futuro da agricultura madeirense passa pela tecnologia e mecanização, e formação dos nossos empresários agrícolas, referiu Miguel Albuquerque.

Em termos de apoios, o presidente referiu os fundos do PRODERAM, “um programa muito importante” e que sido utilizado pelos empresários madeirenses.