Guias intérpretes em desespero pedem intervenção do Governo Regional

Guias de turismo em crise. Foto DR (in vidadeturista.com).

As guias intérpretes oficiais enfrentam momentos de desespero dado o corte substancial nos seus rendimentos, aliás, a exemplo de outros profissionais independentes. Com o Turismo em queda livre, as guias são naturalmente afetadas por esta pandemia, porque sem turismo não há trabalho.

Segundo o Funchal Notícias apurou, também as guias auferiam de um apoio à redução da atividade económica que ajudava a esbater as quebras na atividade. Acontece que, na passada sexta feira, receberam a informação oficial de que os referidos apoios foram dados apenas por seis meses. Em alternativa, haverá um novo apoio (inferior e que implica período de fidelização à Segurança Social por 30 meses mas sobre o qual nem os TOC nem a própria Segurança Social consegue explicar bem) que se aplicaria até dezembro 2020.

Segundo uma das guias credenciadas, a situação é alarmante: “Ficam estes profissionais completamente desprotegidos, sem esperança e sem forma de lidar com as contas básicas, pois foi já no mês de outubro que não receberam qualquer tipo de apoio. Uma vez que o apoio do Governo Regional era dado no seguimento deste para minimizar as elevadas perdas e as entidades locais não receberam a lista dos Trabalhadores Independentes, não puderam avançar”.

O turismo é dos setores mais afetados mas é, de igual forma, resiliente e poderá ser o motor de uma eventual recuperação económica, defende a nossa interlocutora. “Os impostos pagos pelas guias intérpretes oficiais (quando as agências de viagem oferecem qualidade e, como tal, não recorrem a serviço dos chamados “piratas”) são elevados e os direitos são poucos. São também profissionais altamente qualificados que trabalham como embaixadores da Madeira e com grupos organizados. Nesta altura, o turismo que temos viaja em grupos familiares e/ou amigos e recorrem a rent a car ou carrinhas. Ou seja, não existe trabalho e só para Maio de 2021 se almeja uma pequena recuperação”.

O clima de consternação é grande. Por isso, salientam, “estes profissionais não podem ser abandonados à sua sorte pois, para eles tal como para todo o mundo a pandemia não acabou. Precisam ser ouvidos e apoiados. Precisam de pagar contas e ter esperança, até porque há muitos casos de profissionais sós, famílias monoparentais, casais que trabalham no mesmo setor. Porque a esperança é a última que morre, rezamos para que o Governo Regional não se esqueça destes casos tal como acode a muitos outros setores em necessidade”.