Acervo de fotógrafo madeirense nos Açores em risco; Nelson Veríssimo aponta a sua importância

O acervo do fotógrafo madeirense Gilberto Nóbrega está em risco nos Açores, segundo noticiou a imprensa daquele arquipélago. Gilberto Nóbrega documentou muito do quotidiano açoriano e são muitas dessas imagens históricas que estão em risco. Nascido no Funchal em 1919, fixou residência em São Miguel em 1942 e faleceu em Ponta Delgada, nos Açores, em 2003.

O jornal  ‘Correio dos Açores’ do passado dia 19 publicou uma reportagem referindo que o acervo de Gilberto Nóbrega continua a degradar-se, correndo-se o risco de se virem a perder milhares de fotografias da vivência micaelense. A propósito desta notícia, também o historiador madeirense Nelson Veríssimo, nosso colaborador, refere que, há sete anos, outro jornal, o  ‘Açoriano Oriental’ noticiava: “Espólio de Gilberto Nóbrega a salvo” (23 Nov. 2013). Contudo, constata, “a realidade é outra”.
Nelson Veríssimo recorda ter conhecido em 1988 este fotógrafo profissional, que em tempos pensou emigrar para os EUA, mas que acabou por permanecer em território açoriano. “Para a revista ‘Islenha’ fotografou, a meu pedido, três pedras de armas do Museu Carlos Machado, de Ponta Delgada. Fiquei muito grato pela sua amabilidade.
O acervo deste profissional de fotografia precisa de ser salvaguardado. Ali está também a História do povo açoriano!”, insiste o historiador e docente universitário madeirense, numa intervenção na sua página na rede social “facebook”.
Na reportagem do Correio dos Açores refere-se que a família do fotógrafo “não tem capacidade para guardar e cuidar do espólio”, e que, embora muitos dos negativos de maior interesse já tenham sido digitalizados, outros há a exigir um sério investimento das entidades públicas na preservação desta memória histórica. Já houve uma proposta do Governo Regional dos Açores para a aquisição de todo o material, mas por valor “irrisório”, diz Graça Nóbrega, filha do fotógrafo, em declarações à jornalista Carla Dias, sublinhando que “outros espólios talvez nem tão importantes foram adquiridos pelo Governo Regional por alguns milhões de euros”. O GR açoriano terá oferecido pouco mais de 100 mil euros, oferta que a filha considera “ofensiva”.