Albuquerque crente na capacidade dos aeroportos e das entidades de saúde controlarem a Covid-19

O chefe do Executivo madeirense, Miguel Albuquerque, visitou hoje a Unidade de Rastreio e Vigilância à COVID-19 no Aeroporto da Madeira, “montada”, conforme salientou, “em tempo recorde”, para que a 1 de Julho já as infraestruturas aeroportuárias tenham condições de receber os passageiros em segurança. “Neste momento, o Aeroporto da Madeira e o Aeroporto do Porto Santo terão todas as condições para, já a partir de segunda-feira, se iniciar uma operação de segurança no desembarque na RAM”, disse.

Todos os passageiros estarão sujeitos, no desembarque, ao controlo da temperatura, existindo câmaras que testarão automaticamente a temperatura dos viajantes. “Quem tiver uma temperatura superior a 38 graus é logo encaminhado para uma zona de enfermaria”. Por outro lado, os passageiros com teste de PCR efectuado nas últimas 72 horas seguirão uma linha “verde”, na qual só terão de preencher um inquérito epidemiológico. Os passageiros sem testes serão encaminhados para uma linha “azul”, na qual existirá pessoal especializado e áreas para realização de testes. Uma vez realizados os mesmos e preenchido o inquérito epidemiológico, e dando o passageiro, facultativamente, a autorização para a utilização de uma app de rastreamento, os passageiros poderão seguir para o domicílio ou para os hotéis. Os resultados dos testes ser-lhes-ão facultados num máximo de 12 horas, que, disse o presidente, deverão ser passadas “em confinamento nos hotéis ou na residência”.

Albuquerque disse que ontem foi feito um “ensaio”, em que “40 passageiros obtiveram o resultado em 10 minutos” pelo que o presidente do Governo Regional prevê que os resultados dos testes surjam antes das 12 horas de limite.

Entretanto, o GR estabeleceu um protocolo com um laboratório em Lisboa no qual serão efectuados testes, a expensas do Governo Regional, para os passageiros que desejarem viajar para a RAM. Na próxima semana deverá ser assinado o protocolo com o laboratório do Porto.

A capacidade de controlo do Aeroporto, declarou Albuquerque, ronda neste momento os 11 mil passageiros por semana. A Madeira quer receber visitantes, mas mantendo a capacidade de os controlar para que não haja expansão da pandemia no arquipélago.

O Governo Regional está preocupado com o facto de a Madeira, uma zona “verde”, poder ser prejudicada pela imagem nacional do país, que tem um crescente número de infectados. Miguel Albuquerque assegurou aos jornalistas que a Região está a desenvolver diligências junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros, para que esta entidade esclareça junto das embaixadas a situação “safe-Covid” específica da RAM. Tudo para que a Região possa receber turistas da Dinamarca, do Reino Unido ou de outros países que fecharam a circulação para Portugal. Mas o presidente admite que é muito difícil, aos olhos dos estrangeiros, distinguir a situação particular da Madeira relativamente à situação geral portuguesa, pouco favorável. “Temos tentado esclarecer a nossa especificidade própria junto dos operadores [turísticos]”, assegurou.

Albuquerque reafirmou a sua confiança no controle dos passageiros que chegam pelas autoridades de saúde da RAM, até porque, na sua perspectiva, “nós não podemos brincar, porque um passageiro que chegue infectado é como uma bomba-relógio”.

“A economia é essencial, mas antes da economia, está a saúde e a vida dos nossos concidadãos”, declarou. “Abrir tudo é um suicídio, temos que fazer uma retoma gradual”.