Castro exige mais dos poderes regional e local e lamenta que as propostas do Mais Porto Santo tenham caído em “saco roto”

José António Castro, líder e vereador do movimento Mais Porto Santo, considerou hoje, nas contidas comemorações do Dia do Concelho, o 185º aniversário, que “o que foi feito é pouco para resolver os problemas das populações. Pouco por parte dos órgãos autárquicos, do Governo Regional, do Governo da República, mormente no que se refere à mobilidade aérea”.

Castro disse não acreditar “em maiorias circunstanciais que seguram a Câmara, dada a circunstância de todos conhecidas da vereadora do PS que passou a independente. Já todos conhecem o que deveria ter sido feito. O Mais Porto Santo tem apresentado propostas, em várias instâncias, aqui na ilha do Porto Santo e fora dela, para resolver os problemas das populações. As nossas propostas têm caído em saco roto. E isso viu-se recentemente, quando apresentamos propostas concretas para ajudar as empresas e as famílias por causa da pandemia da COVID-19”.

“Sugerimos a criação, urgente, de um gabinete de crise para apoiar os portossantenses. Sugerimos, até, a criação de uma nova Operação Integrada de Desenvolvimento (OID). Defendemos que o Porto Santo deve ser Município-piloto na aplicação da Lei-quadro da transferência de competências para as autarquias locais e para as entidades intermunicipais. Propusemos medidas concretas para proteger a ilha do Porto Santo da COVID-19. Sugerimos 13 medidas para enfrentar a crise provocada pelo coronavírus. Medidas que podiam e deviam ter sido implementadas pela Câmara Municipal, pelo Governo Regional e empresas concessionárias; e pelo próprio Governo da República”.

José António Castro lembrou, ainda, que o micro-crédito foi uma dessas sugestões. Pedimos urgência na reposição da operação aérea Funchal/Porto Santo, só recentemente retomada. Recomendamos à Câmara Municipal do Porto Santo a suspensão da cobrança nos parquímetros em todo o concelho. Elaboramos e apresentamos à autarquia um Regulamento de apoio às empresas e empresários do Porto Santo para mitigar os efeitos económicos da pandemia COVID-19. O programa municipal de apoio às empresas foi chumbado.

Propusemos a criação de uma “bolsa de formação”, na Câmara Municipal, para apoiar desempregados e trabalhadores sazonais que perderam o vínculo laboral. A proposta foi rejeitada.

Denunciamos a inactividade da Casa do Povo de Nossa Senhora da Piedade em contexto de pandemia COVID-19 em detrimento do apoio à Junta de Freguesia, cuja conotação política é inevitável”.

O líder do Mais Porto Santo, neste dia comemorativo, recorda que “fomos acusados de demagogia e de fazer aproveitamento político. Nada disso. Fizemos política pela positiva. Apresentando alternativas à governação. Foi por isso que nos congratulamos com a ideia de alargar a todos os meses do ano do subsídio de mobilidade para que os madeirenses visitem o Porto Santo, ideia que, pioneiramente, defendemos em 2018, tenha sido aprovada na Assembleia Legislativa da Madeira a 6 de maio de 2020. Foi por isso que propusemos e vimos aprovado por unanimidade, um voto de congratulação pelo aparecimento da Associação de Indústria, Comércio e Turismo do Porto Santo. Foi por isso que nos congratulamos com o regresso da Binter à linha Madeira/Porto Santo e com as viagens diárias do Lobo Marinho. Foi por isso que, mais recentemente, na defesa dos interesses do Porto Santo, votámos contra a saída de um membro do Município do Porto Santo da empresa Águas e Resíduos da Madeira”.

E Castro interroga: “O que falta fazer? Uma imensidão de coisas. A seu tempo os portossantenses conhecerão as nossas propostas. Podem ter a certeza que o nosso compromisso é com a população que nos elegeu. Estamos a pouco mais de um ano de eleições autárquicas. Cá estaremos para avaliar e fiscalizar a actuação da Câmara e a aplicação de dinheiros públicos. Não deixaremos que o próximo orçamento municipal para 2021 seja eleitoralista. Não se devem desbaratar os mais de 4,8 milhões de euros de orçamento anual”.