Rio com Marcelo deixa Albuquerque na “reserva” : O mais provável é que o PSD apoie o atual Presidente”

“Numa eleição tão importante como as presidenciais é muito difícil isso (liberdade de voto) acontecer”, esclarece Rui Rio.

O líder nacional do PSD fez uma declaração que, sem ser totalmente direta, não deixa grandes margens de dúvidas relativamente ao apoio do PSD ao atual Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, o que deixa a aventual candidatura de Miguel Albuquerque, já lançada em termos oficiosos, numa situação de “reserva” social democrata e sem a liberdade de voto que o presidente do PSD-Madeira pretendia do seu partido, pelo menos se não houvesse um apoio oficial da liderança de Rio.

Em entrevista à TSF, Rio diz claramente que a o PSD ainda não tomou uma posição oficial uma vez que Marcelo ainda não anunciou formalmente a sua recandidatura a Belém. “Mas o mais provável é que o PSD apoie o atual Presidente. Não vale a pena estar com coisas”.

Nos planos do presidente nacional do PSD não está a liberdade de voto, diz mesmo que “numa eleição tão importante como as presidenciais, é muito difícil isso acontecer”. Não dá grande relevo a um eventual avanço de Miguel Albuquerque, que tem o apoio de Alberto João Jardim e pretende, ao assumir-se candidato desde a Madeira, defender em “palco” eleitoral a Regionalização do País, não escondendo as divergências, não só com a atual governação socialista liderada por António Costa, como a atitude do Chefe de Estado, sobretudo em contexto dos apoios à Madeira nas medidas de contenção da Covid-19. O problema está mesmo na dimensão de uma candidatura de Marcelo, nos riscos de uma derrota penosa e nos eventuais ganhos para Albuquerque e para a Madeira de um projeto que vá além da gestão da governação regional.

O posicionamento de Rui Rio para com o poder constituído, designadamente Presidente da República, Assembleia da República e Governo da República, tem sido pautado por enormes cautelas, sendo por isso alvo de críticas dentro do próprio partido, de ser brando enquanto oposição. Há setores, internos a defenderem uma atitude mais “musculada” de Rio em momentos que acham importantes “atacar” o Governo. Rio, por seu lado, vai por um caminho mais suave e prefere não atacar por atacar e assumir uma posição de responsabilidade perante momentos difíceis para os portugueses, acha que com isso ganha mais do que perde. Veremos.

Neste caso, relativamente às presidenciais de 2021, também assim é cauteloso: “Reconheço que não podemos, enquanto partido, exigir ao Presidente da República aquilo que nos dá mais jeito sempre”.