PCP-M denuncia situação que considera atentatória da saúde pública no Call Center da Altice

foto de arquivo, mostrando manifestação frente ao call center da Altice

O PCP denunciou hoje que, na Madeira, o Call Center da Altice continua a laborar. “São mais de 180 trabalhadores que, diariamente, em diferentes turnos, (60 trabalhadores por turno) asseguram o normal funcionamento daquele call center”.

Ora, na actual conjuntura provocada pelos problemas e formas de contágio do COVID-19, “estando em causa a salvaguarda da saúde pública e os direitos fundamentais dos trabalhadores à protecção nos seus locais de trabalho, o PCP chama a atenção para as graves situações de agressão aos direitos dos trabalhadores no call center em questão. Em particular, quanto ao completo descuidado em relação às condições de saúde, higiene e segurança no trabalho”, que considera existirem.

“Atendendo a que aqueles trabalhadores passam grande parte do dia confinados a um espaço fechado; atendendo a que naquele call center são utilizados materiais manuseados pelos colegas do turno anterior, nomeadamente, com  computadores, teclados e ratos comuns e, em algum casos, até são partilhados auriculares; atendendo a que se tratam de materiais  que, segundo a Direcção Geral de Saúde, são considerados – em caso de serem utilizados por uma pessoa infectada pelo vírus  COVID 19 – altamente potenciadores da transmissão da referida doença infecto contagiosa; atendendo a que este é um sector  onde, se houvesse vontade da entidade empregadora, seria possível implementar o teletrabalho; e, sobretudo, porque está em causa uma situação concreta em que tantos trabalhadores são desrespeitados nos seus direitos às necessárias condições de higiene, saúde e segurança no trabalho”, os comunistas mostram-se particularmente críticos da empresa, considerando, que o Governo Regional não pode “continuar indiferente”.

Por isso o PCP decidiu questionar o Governo Regional da Madeira sobre a salvaguarda dos direitos dos trabalhadores no Call Center da Altice na Madeira, para saber que medidas as autoridades regionais, com responsabilidades na área do trabalho, desencadearão no sentido de garantir medidas de segurança e condições sanitárias capazes de salvaguardar a saúde dos trabalhadores.

O deputado do PCP na Assembleia Legislativa da Madeira, questiona o Governo Regional sobre se estão, e com que resultados concretos, a ser fiscalizadas as condições de trabalho nos call centres na Região. Serão formalizadas ainda as seguintes perguntas ao Governo Regional:

1- Que medidas estão a ser tomadas para garantir o teletrabalho neste sector?

2-  Quais as medidas que estão a ser executadas para garantir que as empresas deste sector cumprirão com as regras estipuladas pela Direção Geral de Saúde?

3- Que orientações estão concretizadas quanto às normas de higiene, saúde e segurança para laborar naquele sector, tendo em conta que os call centers têm um número elevado de trabalhadores confinados a um curto espaço fechado? E que medidas estão a ser tomadas para garantir que a cada trabalhador será assegurado equipamento próprio, pessoal e intransmissível, para desenvolver o seu trabalho?