Célia Pessegueiro espera que as razões para não haver aquacultura na Fajã dos Padres sejam também aplicadas à Ponta do Sol

Foto Rui Marote

A Câmara Municipal da Ponta do Sol veio reagir, pela voz da sua presidente, Célia Pessegueiro, às declarações de Teófilo Cunha sobre aquacultura na Madeira: “Esperamos que as razões que existem agora para que não se faça aquacultura entre o Cabo Girão e a Fajã dos Padres sejam também aplicadas na Ponta do Sol”, refere Célia Pessegueiro.

“Apesar de não revelar as razões da aparente desistência de alguns espaços reservados para a aquacultura, acreditamos que terão a ver com o impacto visual e paisagístico. São estas as razões que temos invocado desde sempre para que não se avance com a aquacultura em toda a nossa costa”, refere a presidente.

A Câmara da Ponta do Sol diz que “o Governo e o Sr. Secretário podem avançar com a “pedagogia e os esclarecimentos” que entenderem, mas isso não resolve as questões que a Câmara tem invocado. A aquacultura colide com a estratégia de desenvolvimento do nosso concelho, que tem como pilar fundamental a aposta no turismo sustentável e numa paisagem natural”, sentencia.

A autarca aponta que “toda a costa do concelho está virada para o Mar, com praias frequentáveis, com um mar usado por pescadores e turistas, e com investimentos turísticos que têm na paisagem natural o seu grande recurso, estratégia aliás defendida também no POT, Programa de Ordenamento Turístico da RAM, aprovado em 2017: «O POT identifica o Mar como um dos principais recursos estratégicos para o desenvolvimento do Turismo na Região»; «O Turismo, actividade económica nuclear na região, utiliza na Paisagem como suporte e recurso essencial para a sua actividade»”.

E interroga-se: “Como se explica que não haja sensibilidade para a importância da paisagem no turismo da Ponta do Sol?”

“Temos lutado para que se resolvam problemas que herdamos como os escombros da Marina no Lugar de Baixo e a Lagoa, a extração de inertes no mar, a frente mar da Madalena do Mar, que está ao abandono, e a Estrada dos Anjos. Nós queremos resolver problemas e devolver a boa imagem ao concelho, e o Governo, pelo contrário, quer nos criar ainda mais problemas”, queixa-se Célia Pessegueiro.