PTP critica atitude do Governo Regional face à situação das “altas problemáticas”

O PTP manifestou-se hoje preocupado com a actual estratégia do Governo Regional para com os cidadãos em condição de “alta problemática” nos hospitais, e que considerou ser “de puro e doentio mercantilismo”.

Reconhecendo que há alguns idosos “grosseiramente abandonados em unidades hospitalares por familiares, aos quais urge aplicar legislação existente, e outra de protecção do idoso, do seu património e da sua dignidade como pessoa e cidadão de plenos direitos”, o PTP diz que “estas pessoas, vistas como abandonados, frágeis e completamente impotentes, perdem a sua identidade familiar, mas muitos conscientes da sua situação sofrem, em silêncio”. Para o PTP, o Governo Regional faz “vista grossa” a esta situação, “já que não se conhece um único processo levantado na defesa dos utentes, entregues “à sua guarda”, e a sua estratégia é a institucionalização forçada, o utente, não se opõe, e muito menos os seus mais próximos”.

O ditos doentes, acusa o coordenador da área de Saúde do PTP, Edgar Silva, “são assim o filão de ouro, para um negócio de mais de 40 M€/ano, o que claramente orienta a estratégia deste GR para uma estratégia adequada aos interesses da privada, em detrimento dos interesses e vontades do utente, que em 90% dos casos manifesta vontade em voltar ao seu domicílio”.

“Estamos atentos, e constatamos, a opção de privados, por profissionais, contratados, sem as devidas habilitações, a opção pelo esvaziamento de enfermeiros dos seus quadros, o que contraria as necessidades, destes doentes, que permanecem em hospitais, precisamente, com alta médica, mas sem alta nem dispensa dos cuidados e tratamentos de enfermagem; contrariam, inclusive a opção de parceiros, europeus, nomeadamente os que contratam enfermeiros para os seus lares e “Nursing Homes”, entregues a uma gestão e administração por enfermeiros, os únicos licenciados, com habilitações para gerir estas unidades. Carecemos de legislação, que a isto obrigue, e o PTP, tudo fará, para que isto seja uma realidade”, declara.

“O PTP relembra que este GR na última legislatura, teve 317 M€ para obras públicas, cimento e areia”, conclui o comunicado dos trabalhistas.