I Encontro Lusófono “Tanto Mar – Uma só língua” a 29 e 30 no CEHA com São Tomé e Príncipe em destaque

Rui Lourido, historiador, fará a conferência de abertura.

A Associação Contigo Teatro está a promover o I Encontro Lusófono “Tanto Mar – Uma só língua”, em parceria com a Associação Presença Feminina, e que se realizará a 29 e 30 do corrente mês, no Centro de Estudos de História do Atlântico Dr. Alberto Vieira.

“Propomos pensar e sentir o Mundo da Lusofonia descobrindo afinidades e singularidades numa viagem literária e na voz dos que habitam os lugares e nos visitam para falar das suas raízes e do seu quotidiano. Trazem-nos ritmos, sons, sabores, cheiros. Oferecem-nos o seu dia a dia feito história, lenda ou poema”, refere a organização.

O projeto está, à partida, programado para acontecer na ilha da Madeira de dois em dois anos. “A primeira edição é dedicada a São Tomé e Príncipe, pois temos estabelecido laços com estas ilhas, motivados pela poeta e contadora de histórias Olinda Beja, para quem a Madeira é a sua outra casa. Já a obra do dramaturgo madeirense, Baltazar Dias, parece comprovar os já longínquos laços
culturais entre os dois arquipélagos. Falamos, naturalmente, da Tragédia do Marquês de Mântua e doImperador Carlos Magno que está na origem do Tchiloli uma das mais significativas manifestações culturais de São Tomé”, salientam os organizadores. Ao longo dos dois dias estão previstas conferências, exposições, peças de teatro, recitais, oficinas de dança e música tradicional. O evento terminará com um jantar típico de São Tomé. As inscrições podem ser realizadas através do link https://forms.gle/wLzQyZtaSTCY1cPs7

Olinda Beja

A conferência inaugural estará a cargo do historiador Rui Lourido, Mestre em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa no Sécs. XV– XVIII, pela Universidade Nova, investigador em fim de tese, do European University Institute, Florence. Prepara a sua tese de Doutoramento – “The Europeans in South Coast of China: Trade and Pragmatic policy in Macau, during late Ming and Early Qing Dynasties”. É historiador na Câmara Municipal de Lisboa, desde 1996; Presidente do Observatório da China (desde 2007) e Coordenador Cultural da UCCLA (desde 2008). Consultor-investigador (desde 2012) do Centro de Estudos dos países de Língua Portuguesa (CEPLP), do Instituto de Estudos regionais-da Universidade de Economia e Negócios Internacionais de Beijing (UIBE), bem como Consultor (desde 2014) da Associação Internacional Confúcio (ICA, International Confucian Association, com sede em Pequim).
É professor convidado e desenvolveu vários projetos de investigação e ministrou inúmeras palestras, conferência, programas e aulas abertas em universidades sobre temas de história relacionados com Macau e a China e o Espaço asiático, em inúmeros países e regiões: China, Coreia do Sul e Japão, Hong-Kong, Macau, Tailândia, Bornéu, Filipinas, Paris, Roma, Vaticano, Florença, Sevilha, Madrid, Simancas, Budapeste, Califórnia, Charleston, São Salvador da Bahia e Rio de Janeiro, Moscovo, Bruxelas, USA e Portugal. Entre múltiplas outras realizações, que incluem a organização de Encontros de Escritores de Língua Portuguesa em África, criou e dirige a Biblioteca Digital sobre Macau-China. A sua conferência terá lugar às 9h45 do dia 29.

Segue-se o painel “Muitos Povos, uma Só Raça”, no qual participam Helena Pestana e Fernanda Correia, da Associação Presença Feminina, com a moderação de São Gonçalves. O actor, realizador e contador de histórias Ângelo Torres fará de seguida uma alocução intitulada “Contos da Avó”. Na parte da tarde, o segundo painel colocará em foco Graça Alves, escritora e integrante do CEHA, a falar sobre “Pelos olhos cegos de Baltazar”. O painel intitula-se “Da Tragédia do Marquês de Mântua e do Imperador Carloto Magno ao Tchiloli”, e no seu âmbito falará ainda Ayeres Major, sobre o teatro em São Tomé, sob a moderação de Cristina Baptista. Segue-se o músico e investigador Vítor Sardinha, discorrendo sobre ”A viola de arame: práticas e contextos “ (O legado madeirense no âmbito da música e cultura de Cabo Verde e Brasil)”, sob moderação de José Luís Fernandes.

A encerrar o primeiro dia será apresentada, pelas 16h30, a peça de teatro ‘’O guloso mentiroso”, um espetáculo a partir de um conto tradicional santomense, com encenação: Ayres Veríssimo, e que conta coma  interpretação de Herlander da Mata Pinto, Marta do Espírito Santo e Olinda Beja.

O segundo dia de trabalhos terá, pelas 9h30 logo a autora Olinda Beja a falar sobre o tema “De coração em África” (homenagem ao poeta Francisco José Tenreiro); pelas 10h15, Luís Varela Costa e João Pedro Ferreira abordarão a temática “Africanizando” (Leitura de
textos da poética lusófona com apontamentos musicais); e pelas 11h00, realizar-se-á uma Oficina de dança e música de São Tomé e Príncipe, intitulada “O folclore das Ilhas Maravilhosas”, por Ayres Major e elementos do grupo “Parodiantes da Ilha”.  Às 12h15 terá lugar a sessão de encerramento.

À noite, às 20h30, realizar-se-á na Escola de Hotelaria e Turismo da Madeira um jantar com sabores de São Tomé e Príncipe, encerrando o evento.