Oposição continua a desacreditar programa de Governo; PCP alerta que maior problema na RAM é o risco de pobreza

Ricardo Lume (CDU, foto de arquivo)
Prossegue durante esta tarde o debate do programa do Governo Regional na Assembleia Legislativa da Madeira, com o habitual confronto e troca de acusações entre oposição e instâncias governamentais. Hoje os comunistas sublinharam o carácter de inerente “neo-liberalismo” e alegado conúbio com os grandes empresários deste programa, algo que durante anos têm assacado aos governos PSD. Agora, estendem também essa acusação ao seu parceiro de coligação, o CDS. Ricardo Lume criticou a obsessão pela privatização que caracteriza os governos neo-liberais e este também, com a assumida intenção de recurso pelo secretário da Saúde, Pedro Ramos, ao privado para combater as listas de espera. Mais uma entrega de sectores estratégicos ao privado, além, criticou, do que acontece nos portos e nos aeroportos. E isto é apenas um aspecto, alertou, do que se avizinha, com a educação e a habitação a aumentarem a privatização. Algo que Lume não consegue descortinar, acentuando os muitos milhares de madeirenses em risco de pobreza numa Região onde se alega constantemente que a economia continua a crescer há mais de setenta meses.
O PCP quer, pois, um acréscimo de 90 euros para os trabalhadores, bem como subsídio de insularidade e 7,5 por cento de acréscimo ao salário mínimo. Já o JPP veio, como outros partidos da oposição, considerar demasiado vago e descomprometido o programa de Governo, em áreas essenciais que vão desde a saúde às intervenções na área social ou à redução da dívida. O programa, acusou, inclui múltiplas medidas sugeridas antecipadamente pelos partidos da oposição mas que os social-democratas alegadamente rejeitaram. Agora apresentam-nas como suas. Deixando clara a sua discordância deste programa, o JPP acusa-o de não conter medidas realmente eficazes para o combate à pobreza. Aspectos desdenhados por Lopes da Fonseca, do CDS, que criticou a oposição pelo que considerou serem críticas desmesuradas a este programa, condenando-o à partida. Por seu turno, Fonseca assumiu que há propostas oposicionistas a integrar o programa, o que só mostra como o mesmo quis ser abrangente e ecléctico.

Já o deputado socialista Paulo Cafôfo aproveitou a sessão para descrever o que seria o seu programa de Governo, caso tivesse sido ele a conseguir a maioria e a formar governo, garantindo que se assim fosse não se manteriam os problemas decorrentes, o mais grave dos quais o risco de pobreza. Os socialistas, assegurou, realmente incentivariam a economia, intervindo de forma mais eficaz no turismo e procurando captar mais companhias aéreas para a RAM. Já na área social e de saúde, insistiu que o novo hospital é de facto fundamental para a Região, ao mesmo tempo que verberava o SESARAM, cuja gestão considerou desacreditada.