Jardim defende mudança de estatutos no PSD-Madeira, talvez refiliação, partido inerte em Santa Cruz, Machico e Porto Santo

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Jardim diz que é preciso alterar os estatutos e olhar para Santa Cruz, Porto Santo e Machico.

O PSD-Madeira, segundo Alberto João Jardim, ex-líder do partido na Região e detentor de sucessivas maiorias absolutas, atual presidente honorário, não está bem e assim não se recomenda para o futuro sem alterações que ele próprio, Jardim, defende. Mudança de estatutos, refiliação se for preciso, no Porto Santo, em Machico e em Santa Cruz o partido está por baixo, “inerte”. E Funchal é o que se sabe, derrota pela certa. E aqui “é preciso agir”, reforça.

O Funchal Notícias já tinha dado conta, oportunamente, de uma carta que Jardim tinha escrito a Miguel Albuquerque, o atual líder do partido na Região e atual presidente do Governo. Apontava, nessa exposição, os erros na escolha das listas, tanto para as regionais como para as nacionais, considerava que alguns dos nomes, e indicava quais, não eram mais valias para a Região atendendo à falta de perfil e ao papel que, alguns, tinham desempenhado num certo desmantelamento da unidade interna.

Hoje, em artigo simultaneamente publicado no JM e na sua página pessoal da rede social Facebook, Alberto João Jardim é mais reservado nas críticas diretas a Albuquerque, o que se compreende uma vez que a carta é pessoal e o artigo é público. Mas tem uma frase curiosa que vai ao encontro do seu posicionamento crítico relativamente à lista para a Assembleia da República, que elegeu Sérgio Marques, Sara Madruga e Paulo Neves, uma vez que o cabeça de lista, Miguel Albuquerque, por força das funções de presidente do Governo, não iria assumir o cargo. Jardim diz, neste artigo: “Apenas participei na campanha eleitoral para a Assembleia da República, no Rectângulo. E, cá, votei PSD porque votava Rui Rio”. Sintomático, sem dúvida. Demolidor, também. “Agora, na Madeira, é tempo de racionalidade política e não para teimosias infrutíferas, sem sentido”, defende.

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Jardim escreve: “Apenas participei na campanha eleitoral para a Assembleia da República, no Rectângulo. E, cá, votei PSD porque votava Rui Rio”.

Escreve Jardim que “o PSD tem de recuar mais de meia dúzia de anos atrás para, com seriedade, reflectir sobre as listas que agora apresentou e à última hora penalizaram a união que vivia. Bem como refletir sobre o que mal conduzido nos fretes suicidas que fez a Lisboa, à Oposição local e à opinião publicada.  Reflectir como é que uma estratégia divisionista por parte de uma fracção interna politicamente fraquinha, foi criadora em 2013 da criatura adversária Dr. Paulo Cafôfo”.

Alberto João Jardim considera que Cafôfo “trabalhou como ninguém o porta-a-porta. Teve cinco azares. Primeiro, o mau segundo mandato e dizer-se-desdizer. Segundo, a excessiva focagem no Funchal, redutora da sua campanha. Terceiro, a notória quebra intelectual das últimas semanas antes das eleições. Quarto, a histórica submissão do PS local ao colonialismo lisboeta, agora mais acentuada. Quinto, a divisão histórica de sempre, no Partido Socialista local, entre os “rasteirinhos” e a “esquerda caviar”.

Jardim acha que “o PSD/Madeira necessita de uma mudança estatutária em termos de estruturação territorial. O PSD está inerte em Machico, Santa Cruz e Porto Santo. Impõe-se uma reorganização de Bases, talvez até refiliação,  dadas as infiltrações promovidas para conseguir maiorias internas. Reorganizar e revitalizar os Trabalhadores Sociais Democratas (TSD),  alicerces para agir e reconquistar o Funchal. Como partidariamente há que realcançar a Juventude Madeirense e as periferias urbanas – NOVAS CAUSAS, mas com REFERÊNCIAS e VALORES”. E sugere que os trabalhos partidários devem começar já.

Para o antigo presidente do Governo “há que repôr nas subvenções aos partidos – também querem borlas na Democracia?… ou se não querem a Democracia, digam!…- alterar a desastrosa política para a comunicação social, restaurar o “espírito de corpo” na Função Pública e eliminar a jactância indiferente de alguns dirigentes administrativos”.

Diz que “é pública a minha oposição a algumas bandeiras do Governo Regional desde há quatro anos. Como é público o meu louvor ao muito de positivo concretizado especialmente nos últimos dois anos”.