Rita Andrade despediu Augusta Aguiar nas vésperas das eleições e terá acelerado a sua saída do Governo

rita andradeO Governo Regional já está oficialmente apresentado mas não foi nada pacífica a sua constituição, registando-se episódios que entretanto são conhecidos, a pouco e pouco, não só na estratégia governativa, mas também na constituição da Mesa do Parlamento, negociações à parte mas interligadas por força do acordo de coligação PSD/CDS.
Aquilo que aparentemente parece ser uma unanimidade, traduzida pelas reuniões dos respetivos orgãos pertidários, não é bem assim na realidade, pelo menos no PSD-M. Internamento, no PSD, existem fações que defendem o acordo de governo, por motivos estratégicos, mas são contrárias ao entendimento parlamentar, alegando que José Manuel Rodrigues não garante os requisitos que entendem ser a base de um presidente da Assembleia, além de que o PSD está a ceder a um partido que “foi dos mais perdedores nas eleições regionais”.
Há quem diga mesmo que o último Conselho Regional foi a prova de que algo não está bem do ponto de vista interno. Algumas figuras do partido dizem mesmo que se o voto fosse secreto, aquela unanimidade não acontecia, além de criticarem a atitude de João Cunha e Silva, que questionou quem vota a favor, quem se abstém e não questionou quem vota contra como se impõe legalmente. Mais, lembram que a Assembleia é voto secreto e que pode haver surpresas mesmo estando tudo acertado, fazendo alusão ao já indisfarçável descontentamento de Tranquada Gomes, relativamente à forma como decorreu o processo.
Albuquerque não abdica das suas posições e diz quem sabe que o seu “mau feitio” levou a que algumas das escolhas tenham resultado em fracasso, sendo que se teme nova repetição de situações do género com o atual elenco governativo, na componente do PSD, claro está.
Com Rita Andrade e Amílcar Gonçalves, houve divergências claras e o clima aqueceu de tal forma que este desfecho era inevitável, só não era na forma. Rita Andrade terá assinado por baixo a sua saída quase certa quando na véspera das eleições demitiu Augusta Aguiar do Instituto de Segurança Social, por divergências que se tornaram, porgressivamente, insanáveis. Uma situação que “partiu” pelo lado que neste momento era mais fraco. O assunto não “transpirou” para a opinião pública, mas agora que a nova secretária já está indigitada, começam a surgir alguns contornos que explicam, de certo modo, a saída da secretária da Inclusão mesmo com os constantes louvores à baixa do desemprego e à criação de postos de trabalho.
Já no que se prende com Amílcar Gonçalves, fontes ligadas ao Governo avançam que o diferendo já vinha de há algum tempo. Albuquerque, com caraterísticas de Jardim, de quem agora também recebeu críticas, queria as obras a avançar no ritmo que entendia ser o correto, enquanto Amílcar era forçado a cumprir o que está estipulado na legislação, designadamente em matéria de concursos e no que diz respeito a prazos resultantes de imposições do Tribunal de Contas. A pressão eleitoral, a pressão política, fizeram o resto.
Quanto a Eduardo Jesus, revela-se mais do que um regresso, sendo uma aposta de Miguel Albuquerque, tal como aconteceu aquando da anterior passagem também pela pasta do Turismo. Uma aposta que, ao que o FN apurou, poderá ser uma preparação para outros desafios futuros em candidaturas do PSD. A ver vamos.