O Monte prepara-se para o arraial mais esperado do ano, concentrando na noite de 14 de agosto o momento forte com a afluência de milhares de pessoas, que festejam pela madrugada, entre comes e bebes e a devoção à Senhora do Monte, que move muitos a esta freguesia e cuja Festa, incluindo as novenas, tem o ponto alto na cerimónia religiosa e a procissão no Dia do Monte, a 15 de agosto.
Há um Monte antes e um Monte depois da queda trágica da árvore que se precipitou no Largo da Fonte e espalhou a morte que ainda hoje perdura na memória de todos os madeirenses, os que lá estavam e os outros. Esse mesmo Largo da Fonte está com grandes dificuldades para recuperar a segurança e a Festa, ali, já não é a mesma coisa, sendo que a distribuição de barracas e visitantes espalhou-se mais, como se viu em 2018, pelas Babosas e pelo adro da Igreja.
Para este ano, três locais definidos de animação com palco, o Coreto do Largo da Fonte para manter viva a tradição e retirar um pouco do peso que ainda cai sobre aquele espaço, no adro da Igreja e este ano, como novidade, haverá um palco no Largo das Babosas, instalado pela Junta de Freguesia, correspondendo assim às pretensões de comerciantes e população, que há muito solicitada um espaço animado naquele largo, que ganhou ainda maior centralidade na festa.
Nas Babosas, Madeira Despique /23 horas), Buzico 01h00), Entrefoles (02h00) e Avelino e Daniel (2h30) têm a responsabilidade de animar um palco mesmo em frente do local onde será construída a capela. No Largo da Fonte, a Tuna da Universidade começa a atuar às 23 horas. E no adro da Igreja, o início está marcado para as 19.30 horas com a marcha do Monte pela Casa do Povo do Monte.
Na parte religiosa, a 14 de agosto, haverá o terço pelas 20.30 horas e a missa pelas 21.30 horas. No dia da Festa, 15 de agosto, acontece o terço pelas 9.45 horas e a missa às 11 horas, presidida pelo Bispo do Funchal D. Nuno Brás.
Idalina Silva, a presidente da Junta de Freguesia do Monte, não aborda o episódio trágico da queda da árvore. É inevitável lembrar por esta altura, mas Idalina prefere o silêncio sobre aquele momento e os reflexos que, ainda, hoje, se fazem sentir na freguesia e mais especificamente no Largo da Fonte. Repeitar as famílias de quem ali perdeu a vida e a dor que esse momento provocou um pouco por toda a Madeira. Mas preparar a festa porque a vida continua e o Monte, nesta véspera e neste dia que sempre foi de comemoração, quer manter a tradição e continuar o seu percurso de recuperar dessa tragédia, se é que é possível recuperar totalmente.
Idalina Silva diz que “o Monte está preparado para receber milhares de pessoas, temos registado, durante as novenas, muitos visitantes, a Igreja tem estado cheia e acho que as pessoas continuam a vir ao Monte para a devoção a Nossa Senhora. Esperamos que assim seja nos dias 14 e 15 de agosto, os dias fortes da Festa do Monte. Este ano, montámos um palco nas Babosas, para que ali se fala alguma animação, de acordo com o que era há muito solicitado. Também vamos manter animação no Largo da Fonte, no coreto que já faz parte da história daquele espaço. Vamos aguardar que o número de visitantes corresponda às expetativas”.

Hoje, o Monte viveu aquela que foi a última nove antes dos chamados dias “fortes”. Foi a Novena da Boa Fé, com missa e muita animação, com a Banda dos Artistas, grupo folclórico Monte Verde e Bruno e Faria.