Mário Pereira denuncia recusa do PSD em fixar um valor a atribuir ao Cuidador Informal e diz que as expetativas das famílias saíram defraudadas

Mário Pereira CDSPP
Mário Pereira diz que “não se revê neste Estatuto do Cuidador porque “defrauda as expectativas legítimas daamílias que, com sacrifícios pessoais e custas próprias, vão continuar a assumir um papel que é do Estado”.

O deputado do CDS-PP Madeira, que integra a 5.ª Comissão Permanente de Saúde e Assuntos Sociais, denunciou esta tarde que a proposta de Decreto Legislativo Regional que cria o Estatuto do Cuidador Informal na Região “não é a proposta pela qual o CDS lutou e trabalhou”, é “apenas a proposta do PSD”.

Esta posição de Mário Pereira surge na sequência da recusa, por parte do PSD-M, em aceitar, em sede de Comissão, em reunião realizada na tarde desta terça-feira, uma proposta de alteração da autoria do CDS para que o artigo 11.º do Estatuto final passasse a ter a seguinte redação: “O cuidador informal tem direito a requerer um apoio financeiro mensal, no valor de um Indexante dos Apoios Sociais (IAS, igual a 435,76 euros/mês), de natureza compensatória, pela ação desenvolvida nos termos do artigo 9.º, nos termos e condições estabelecidas nos números seguintes e em portaria conjunta dos membros do Governo Regional responsáveis pela áreas das finanças, da saúde e da inclusão e assuntos sociais”.

O deputado lembra que esta redação “é diferente daquela que é proposta pelo PSD, que não fixa qualquer valor financeiro e coloca no ponto 3 do mesmo artigo 11.º, alínea b) uma condicionante: “A condição económica do cuidador informal e das pessoas cuidada” é determinante para atribuir ou não “apoio financeiro de natureza compensatória”.

O CDS afirma que “não se revê neste Estatuto do Cuidador porque, sublinha, “defrauda as expectativas legítimas daamílias que, com sacrifícios pessoais e custas próprias, vão continuar a assumir um papel que é do Estado, e não cria condições para aumentar a qualidade de vida de quem é cuidado e do próprio cuidador”.

Mário Pereira diz “não entender algumas medidas de apoio ao Cuidador, como a de assegurar “médico de família”, como se isso “já não fosse um direito das pessoas” ou a garantia de “apoio psicológico”. O deputado lamenta que o PSD não tenha aproveitado este momento para criar um Estatuto do Cuidador “digno e justo” para quem tem de “trabalhar, levar os filhos à escola e ainda tratar dos seus familiares dependentes”, para resumir: “O PSD praticamente limita-se a oferecer um crachá ao Cuidador”.

A proposta de alteração do CDS, de atribuição de um IAS (435,76 euros/mês) ao Cuidador Informal recebeu votos favoráveis do PS, e PC, a abstenção da JPP e o voto contra do PSD.