Aluno da Jaime Moniz distinguido por Ireneu Barreto com o primeiro Prémio Literário alusivo a Camões

 

João Maria Damião, aluno do 12º ano da Escola Secundária Jaime Moniz, turma 2, conquistou o primeiro prémio do concurso literário instituído pelo Representante da República na Madeira, por ocasião do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Como é habitual, teve lugar, esta tarde, a cerimónia de atribuição do Prémio Literário que, anualmente, distingue os trabalhos dos jovens que se aventuram ao exercício da escrita na língua portuguesa.

O 2º. Prémio foi atribuído a Bernardo Luís Mendonça Flôr Rodrigues, aluno do 11º ano da Escola da APEL, e o 3º. Prémio  a Matilde Medeiro Ferreira Brazão, aluna do 9º ano do Colégio de Santa Teresinha.

Elementos da Direção da Escola Jaime Moniz, e a docente do aluno que ganhou o primeiro prémio, Fátima Marques, marcaram presença na cerimónia de hoje. Uma cerimónia participada também por alunos e professores.

Muito embora apenas três trabalhos sejam premiados, o Representante da República para a Madeira salientou que “esta ocasião celebra o empenho de todos os concorrentes. E é bom dizê-lo desde já, pois não se trata de uma mera palavra de conforto.Na realidade, esta efeméride só é possível porque todos vós, jovens autores, se dispuseram a participar, independentemente do resultado, o que quer dizer que valorizaram mais o esforço e a participação do que o prémio. Todos vós crescestes interiormente ao longo do processo da escrita. E por isso estão todos de parabéns”.

O aluno vencedor a ler o seu texto.

Ireneu Barreto prestou homenagem à Língua Portuguesa em vésperas de se assinalar o 10 de junho, Dia de Camões. “A nossa Língua — a Língua Portuguesa — não é apenas um meio pelo qual expressamos o que pensamos e sentimos. Na realidade, pensamos em português; e sentimos em português. Por isso, a língua portuguesa é a nossa pátria, como dizia Fernando Pessoa, mas é também o nosso mundo. “Da minha língua vê-se o mar” — dizia Vergílio Ferreira. Da nossa língua — acrescentaria eu — vê-se a esperança nesta geração que hoje nos brinda com a alegria do seu esforço, e com a renovada irreverência de Camões. Este prémio literário surge no contexto das comemorações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.Trata-se de uma celebração da cultura portuguesa, da qual a língua é, evidentemente, umas das mais fortes expressões. Não basta, no entanto, o encantamento pela língua na admiração da obra alheia, por genial que esta seja. É preciso, também, praticá-la, experimentá-la, testá-la, fazê-la de todos e de cada um, e não apenas através da leitura — mas muito através da escrita”.

Nesta cerimónia alusiva à Portugalidade, Ireneu Barreto apelou à cultura do esforço e do mérito: “Mas o talento deve muito ao esforço. Podemos nascer e ir crescendo com certos inatismos que nos potenciam neste ou naquele sentido; mas o talento só produz resultados quando cuidamos dele através da energia que lhe dedicamos, do trabalho com que o honramos e cultivamos. E isto mesmo é uma garantia e uma esperança, simultaneamente. Uma garantia de que, se aperfeiçoarmos o nosso talento com trabalho, chegaremos mais longe do que achávamos possível. E a esperança de que, mesmo quando achamos que o nosso talento não é enorme, com trabalho podemos compensá-lo, e chegar ainda mais longe do que nos diziam que conseguiríamos. Nunca desistir: essa é a lição da vida, e tão válida, caros Alunos, que todos nós adultos a podemos confirmar, qualquer que seja o nosso percurso de vida. Não posso, pois, deixar passar esta ocasião sem uma palavra a respeito da educação (e não apenas da língua, ou do ensino do Português). A escola, de qualidade e acessível a todos os portugueses, é uma das principais conquistas do 25 de Abril, a par dos direitos de liberdade e do sistema nacional de saúde. Falo de um dos principais elementos impulsionadores da igualdade entre os portugueses, que levou a que todos, independentemente das suas origens, conseguissem aceder ao ensino universitário e depois à concretização das suas mais diversas aspirações — algo que antes de 1974 não era possível. Diga-se que essa batalha não está ainda definitivamente ganha, pois sabemos que as condições socioeconómicas das famílias são determinantes, não apenas do sucesso escolar, mas do próprio acesso à escola, sobretudo nos ciclos de estudos mais adiantados. Aliás, reduzir ao mínimo o nível de abandono escolar mantém-se como um desafio; e o acesso à universidade sobretudo num período em que os custos circundantes do próprio ensino — como a habitação — são muito elevados continua a ser preocupante”.