Bloco de Esquerda critica alegado favorecimento a empresa com painéis solares do Caniçal

O Bloco de Esquerda foi ao Caniçal defender que a reconversão energética é fundamental para o futuro colectivo, e que é essencial o investimento em energias renováveis – solar, eólica, das marés – para diminuir o consumo de petróleo e combater as alterações climáticas. Porém, diz o Bloco, a forma como se concretizam os investimentos pode determinar consequências muito diferentes em matéria de justiça social.
Referindo-se ao parque de energia solar existente naquela localidade, o BE afirma que o mesmo “foi entregue a uma empresa privada em condições muito favoráveis e sem concurso público. O preço pago pela EEM pela electricidade produzida, permite pagar o investimento em 5 anos, mas a vida útil dos painéis é de 25 anos – serão 20 anos de lucro “limpinho”, conclui o Bloco.
“O Governo Regional poderia e deveria ser amigo dos madeirenses, em vez de dar fretes a alguns”, sentencia o partido, que entende que estas condições deveriam ser oferecidas à população em geral – a possibilidade de pagar o investimento em 5 anos e ter 20 de ganhos.
“As famílias colocavam os painéis nos telhados ou nos seus terrenos, em pequenas instalações distribuídas pela ilha, e os proveitos também seriam distribuídos por muitas famílias. Evitava-se ainda o impacto visual negativo que este monte coberto de painéis solares causa na paisagem – uma paisagem plastificada”, referiu Rui Ferrão. “São as escolhas do PSD – o que poderia beneficiar muitos serviu para enriquecer só alguns”, acrescentou.
Outro exemplo, declarou, é a Zona Franca, que deveria ser um instrumento para o bem comum, para criar empregos e diversificar as atividades económicas, “mas na realidade é um esquema para enriquecimento só de alguns, em especial o principal accionista privado da SDM – o grupo Pestana”.