PSD pede eleições intercalares no Funchal para devolver a Liberdade à Cidade

O PSD quer a realização de eleições intercalares para a Câmara Municipal do Funchal, considerando ser este o único caminho para devolver a liberdade à Cidade, refém há mais de um ano de um presidente que a apenas a utiliza para fins meramente pessoais.

A ideia foi defendida hoje pelo deputado municipal, Bruno Macedo, na sessão solene comemorativa dos 45 anos do 25 de Abril.

É verdade que vamos ter três eleições pela frente, nota o deputado municipal social-democrata, considerando que o Funchal talvez merecesse também uma ida às urnas para retificar o “engano deliberado e consciente” usado nas últimas autárquicas sobre os funchalenses.

“Esse engano deliberado condicionou e manchou um processo que tinha tudo para correr bem, e trouxe como consequência a transformação da coligação vencedora numa manta de retalhos”, observa Bruno Macedo, lembrando que dos cinco partidos originais apenas dois continuam a apoiar o executivo municipal. “O principal [o PS] não tem nenhum elemento conhecido nos primeiros lugares da vereação e o secundário [PDR], mais pequeno e sem expressão, depende de um emprego numa empresa municipal.”

Os restantes, continua o deputado social-democrata, saíram por vontade própria, depois de terem tido consciência do logro em que estiveram envolvidos e do aproveitamento político que o cabeça-de-lista fez de um projeto em que acreditavam, mas que hoje faz parte de ruínas.

“Uma eleição intercalar permitiria, assim, resolver a mentira há demasiado tempo em exibição. Porque só a reposição da verdade pode trazer de volta a legitimidade indispensável aos eleitos e a autoridade tão necessária. E porque só a reposição da verdade pode limpar a alma e as mentiras do cadastro”, defende o PSD.

Sem colocar em causa a legitimidade de alguém querer outros voos ou outros papéis – “não há nada contra isso, nem podia haver” –, Bruno Macedo sublinha que os “fins não podem justificar os meios”, nem uma Cidade deve ser “sacrificada às mãos” de interesses individuais.

“As pessoas não são objetos a quem se falha conscientemente sem consequências. Por isso, chega de presidentes que não estão preocupados e em sintonia com as necessidades da Cidade e da sua população”, vincou, dizendo que o presidente da Câmara tem de sair.

“Falhou naquilo que é fundamental em política: falhou com a sua palavra, não por causa de outros, mas por sua única e exclusiva responsabilidade. Porque se deixou enredar noutras teias e porque quis perseguir outros objetivos”, acrescentou, exigindo transparência e verticalidade ao presidente da Câmara.

“Falamos do homem que ia cumprir o mandato até ao fim, e que quinze dias depois andava envolvido numa golpada partidária. Falamos do homem que ia sair quando houvesse data para as eleições, e que por aí continua como se não fosse nada com ele”, lembra Bruno Macedo, dizendo que um político que só aparece nos bons momentos, não é um político. “É uma amostra de político. “

Evocando as conquistas de Abril, a Democracia, Autonomia, a Liberdade – “não é propriedade da esquerda ou da direita, a liberdade é de todos” – Macedo diz não ser admissível que o presidente da Câmara continue a agir como se não tivesse que prestar contas a ninguém.

“São uns democratas estranhos”, continuou. “Daqueles que pensam que podem fazer o que quiserem e que depois basta organizar uma cerimónia, oferecer um concerto, trazer um convidado, meter o cravo na lapela e está tudo bem.” Mas, sublinha, não está. “Nem poderia estar quando uma cidade definha à espera de coisas que nunca acontecem.”