Talvez a Páscoa pudesse não ser assim tão doce, mas este artigo não será para realçar a necessidade de reduzir o consumo de chocolates e produtos açucarados mas sim para falar de uma das tradições madeirenses da época da Páscoa: o inhame. Em muitas casas na sexta-feira santa é tradição o bacalhau com inhame.
O inhame (Colocasia esculenta) é uma planta robusta, facilmente reconhecida pelas grandes folhas e rizomas tuberosos. O inhame é cultivado em sequeiro ou em terrenos alagadiços, de forma anual. Atualmente, é comum encontrar inhame a crescer espontaneamente nas margens ou leitos das ribeiras e ribeiros ou onde as escorrências de águas são frequentes.
Foi introduzido na Madeira por volta de 1640. Era um dos alimentos comuns e utilizados diariamente, na época própria, pela população rural, sendo conhecido como o “maná da terra”, conforme inscrição de 1710 na Igreja de S. Pedro, no Funchal.
Na Madeira são cultivados dois tipos botânicos de inhame: vermelho, de enxerto ou, de sequeiro (branco). Recentemente, verificou-se a introdução da variedade inhame roxo, provavelmente a partir de imigrantes regressados da América do Sul ou África.
É uma excelente fonte de hidratos de carbono, fibras, e pobre em gorduras.
O inhame branco come-se cozido, acompanhado de peixe, ou como sobremesa com mel-de-cana sacarina; também é usual o consumo do inhame frito. O inhame vermelho é utilizado em sopa, a qual leva também carne de porco, couve e feijão.
Feliz Páscoa!