Jornadas Florestais da Macaronésia vão debater alterações climáticas

O Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN) vai representar a Madeira nas IX Jornadas Florestais da Macaronésia, que decorrerão de 27 a 29 de Março de 2019, na ilha de Santiago, em Cabo Verde, mais precisamente na Cidade Velha, declarada pela UNESCO, em 2009, como Património Mundial da Humanidade.

As Jornadas Florestais, que se realizam a cada dois anos, em rotação entre as regiões do espaço biogeográfico da Macaronésia (Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde), decorrerão sob o lema “Por uma Floresta mais resiliente às Alterações Climáticas”.

Será nesse contexto, que este encontro, enquanto fórum de experiências e conhecimentos, receberá as contribuições científicas e técnicas dos profissionais das regiões envolvidas, refere o IFCN.

O principal objectivo destas jornadas é responder aos desafios relacionados com a gestão e planeamento da área florestal, desafios esses que podem ser resumidos em três eixos: desertificação, incêndios florestais e riscos adicionais das alterações climáticas; planeamento, gestão, conservação e biodiversidade; aproveitamentos florestais, uso público e práticas de adaptação da floresta às alterações climáticas.

A estas Jornadas Florestais da Macaronésia, a Madeira far-se-á representar por uma comitiva de 10 técnicos, liderada pelo presidente do IFCN, que apresentarão o trabalho que aqui se faz ao nível da gestão florestal, particularmente na prevenção e mitigação dos efeitos das alterações climáticas, refere esta instituição.

Os seis Planos de Gestão Florestal, que se encontram em fase de consulta pública, e que foram antecipados em dois anos pelo actual executivo, são um dos bons exemplos que a Região levará a Cabo Verde, dada a sua importância para o planeamento das áreas de gestão pública da nossa floresta. Para além disso, a gestão das áreas protegidas, com foco na Reserva Natural das Selvagens, recentemente distinguidas com mais um prémio internacional de prestígio, a par do trabalho realizado na prevenção dos riscos de incêndios florestais, onde se dará conta das reflorestações, do controlo de invasoras e da reabilitação dos Postos Florestais e das Torres de Vigilância, serão temas de abordagem necessária, dada a importância que assumem.

A aposta na manutenção e diversificação da rede de percursos pedestres recomendados, e os recentes investimentos realizados em infraestruturas de apoio ao caminhante, serão apresentados como outros bons exemplos de compatibilização da fruição dos espaços naturais, com as necessidades da população e de um crescente segmento de turismo, indo, assim, ao encontro de um dos propósitos das Jornadas Florestais, que está relacionado com a gestão da carga e o envolvimento dos cidadãos na preservação dos ecossistemas.