O historiador madeirense e colaborador do FN, Nelson Veríssimo, apresentou a sua demissão do Conselho Consultivo das Comemorações dos 600 anos porque, conforme nos explicou, “não vale a pena dar ideias a quem não nos quer ouvir”.

Em carta enviada ao presidente do Conselho Consultivo das Comemorações dos 600 anos do descobrimento do Porto Santo e da Madeira, Veríssimo refere: “Desde 2015, tenho publicamente assumido posições sobre as comemorações dos 600 anos, porque acreditava e desejava que poderiam constituir momento grande de celebração da História do Arquipélago da Madeira e de promoção da nossa identidade cultural”.

“No entanto”, prossegue, “verifico, com mágoa, que a História foi afastada das celebrações e a cegueira sufocou a efeméride e transformou-a num desastroso e pedante deslumbramento por fogachos, que consomem o dinheiro público, não projectam a Madeira e pouco contribuem para a educação e cultura dos porto-santenses e madeirenses”.

“Consciente desta realidade, que em nada abona a História e a Cultura, decidi manifestar, no passado dia 17, ao Senhor Presidente da Câmara de Santa Cruz, a minha indisponibilidade para representar este município. Tendo saído do Conselho Consultivo, não deixarei, todavia, de estar atento a todo este processo”, refere na missiva Nelson Veríssimo, que conclui fazendo votos “de um bom trabalho”.

Nelson Veríssimo tem insistentemente denunciado o modo como têm sido geridas estas comemorações, considerando que não tem sido levada em linha de conta a opinião dos historiadores e o rigor científico necessário e exigível.