Albuquerque pede comissão de inquérito que o PSD chumbou em 2016

O PSD quer uma comissão de inquérito parlamentar para esclarecer as dúvidas sobre a Unidade de Medicina Nuclear e a gestão. O CDS apresentou idêntica iniciativa em 2016 e o PSD chumbou.

O debate que se abriu na sociedade madeirense, com a polémica sobre o funcionamento condicionado da Unidade de Medicina Nuclear do Hospital Dr. Nélio Mendonça e o recurso a serviços privados à “Quadrantes”, hoje grupo Joaquim Chaves Saúde, resultou numa posição forte do Governo Regional e do PSD, o partido que é o suporte da governação regional, no sentido de rebater as acusações e avançar com uma comissão parlamentar de inquérito com o objetivo de tirar eventuais dúvidas lançadas publicamente.

Tanto o grupo parlamentar como o secretário-geral do partido, mas também o presidente do Governo Regional, revelaram o objetivo de propor a comissão de inquérito na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, o que também já tinha sido avançado pelo próprio Partido Socialista, sendo que este ia mais longe e pedia a demissão do secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, bem como do conselho de administração do SESARAM

No âmbito da abordagem parlamentar pretendida, o Funchal Notícias sabe que não será a primeira vez que a abordagem da Medicina Nuclear é colocada para debate na Assembleia e ao nível de comissão de inquérito. De facto, em maio de 2016, o grupo parlamentar do CDS-PP Madeira fez entrar um requerimento para a constituição de uma comissão de inquérito parlamentar intitulado “Às opções políticas no sector da saúde bem como à gestão clínica, administrativa e financeira do SESARAM de 2012 até 2016”. O pedido foi chumbado pelo PSD.

Um dos pontos propostos a debate, no texto de fundamentação do pedido, estava precisamente a Medicina Nuclear e respetivos cuidados, referindo o CDS que “o Serviço Regional de Saúde investiu milhares de euros nesta área, nomeadamente em instalações no Hospital Dr. Nélio Mendonça, instalações capazes de efectuar cuidados diferenciados, as instalações encontram-se certificadas pelas entidades nacionais competentes, mas o investimento não está a ser usado, com prejuízo para o SESARAM, utentes e o erário público. É necessário aclarar as razões do investimento por parte dos responsáveis governativos que os fizeram, dos administradores hospitalares que os estruturaram e dos clínicos que actualmente nela trabalham”.

De acordo com o que o Funchal Notícias teve acesso, já antes, em 2014, o mesmo CDS-PP levantava dúvida com a apresentação de Projeto de Resolução sobre os “Planos de recuperação das listas de espera dos exames radiológicos no SESARAM, onde constava uma referência ao facto do Serviço Regional de Saúde ter “dispensado uma verba superior a 4,8 milhões de euros para dispor de um Serviço de Medicina Nuclear, mas que está atrasado mais de um ano e não há garantias se algum dia funcionará, apesar de haver recursos humanos competentes. Tal representa uma péssima opção de gestão, cujas implicações ainda não são totalmente mensuráveis”