Pedro Ramos diz que 90% dos exames na “Quadrantes” correspondem a uma área que não existe no SESARAM, a Radioterapia

Pedro Ramos, o secretário regional da Saúde, convocou a comunicação social para esclarecer a reportagem da TVI, onde se dava conta que a Unidade de Medicina Nuclear, no Hospital Dr. Nélio Mendonça, estava a trabalhar a 20 por cento e ao mesmo tempo os doentes eram encaminhados para o privado, no caso a empresa Joaquim Chaves Saúde, antiga Quadrantes, com o pagamento de milhões por parte do público.

Em síntese, a resposta assenta no facto de 90% dos exames da Quadrantes serem de Radioterapia, um serviço não disponibilizado pelo SESARAM. Além disso, “na defesa do Bem Comum, que é a Saúde Regional, todas as acusações infundadas, declarações falsas, e ofensas à credibilidade, relatadas na reportagem, terão uma resposta e tratamento específico, nos órgãos competentes para o efeito”, reage Pedro Ramos, afirmando que o Serviço de Saúda, na Região, é de qualidade e os dados divulgados na reportagem da TVI “não correspondem à realidade”

O governante garante que a Quadrantes, desde 2009, ano em que se iniciou uma parceria,, presta um serviço inexistente no Serviço Regional de Saúde, a Radioterapia, consistindo esta num tratamento oncológico, que utiliza radiação ionizante, essencial e imprescendível para os doentes com Cancro na Madeira. A Quadrantes na Madeira disponibiliza tratamentos de radioterapia aos doentes da RAM, permitindo-lhes o acesso rápido às mais avançadas tecnologias de tratamento do cancro, melhorando o seu prognóstico e qualidade de vida”.

E é neste âmbito que segundo Pedro Ramos “ao abrigo desta relação público-privado a Radioterapia representa 90% do valor faturado pela Quadrantes ao SESARAM”, referindo que “os restantes 10% referem-se aos exames na área da Medicina Nuclear; Cintigrafias, Renogramas entre outros, que no seu conjunto, totalizam cerca de 4400 exames em 10 anos”.

O secretário revela que “desde 2009 até 31 de dezembro de 2018 foi já possível assegurar uma resposta a 4558 doentes. Resposta inexistente antes de 2009 e que obrigava a deslocação e ao encaminhamento de doentes oncológicos para o Continente português”. E que de 2009 a 2018 “foi já possível tratar com radioterapia 4558 doentes oncológicos, que corresponde a 116 438 tratamentos. Uma média de 500 doentes e mais de 10 500 tratamentos por ano”. E diz ainda que “desde 2017, os exames e estudos disponiveis para a população são quatro e, não dois como muitas vezes foi mencionado na reportagem. A saber: Cintigrafias; Linfocintigrafias; Tomografias; Osteodensitometria.”.

Neste encontro com a comunicação social, confirma-se que o SESARAM dispõe de uma Unidade de Medicina Nuclear, inaugurada em 2013 e que foi licenciada em 2015 pela DGS, mas refere-se que o início da atividade ocorreu em 2017. “A atual equipa de Medicina Nuclear do SESARAM é composta por 1 médico; 2 técnicos (sendo que 1 está ausente por questões de maternidade); 1 enfermeiro; 1 assistente técnica; 2 assistentes operacionais; 1 farmacêutico a tempo parcial; e um fisico que colabora a tempo parcial”, sendo que Pedro Ramos disse ser intenção do SESARAM reforçar a equipa afeta a esta área, mas infelizmente as respostas não têm sido positivas. A 23 de Agosto de 2018, o SESARAM promoveu a abertura de uma oferta de emprego para recrutamento mas o concurso ficou deserto”.

Continuando com o esclarecimento, acentua que “os exames/ estudos diponiveis no SESARAM para a população na área da Medicina Nuclear são os possíveis, face ao número reduzido de especialistas. O SESARAM é uma instituição que presta acima de tudo um Serviço de Saúde assente em critérios clínicos de Segurança e de Qualidade. Apesar das limitações da equipa, nesta Unidade de Medicina Nuclear, e ao contrário do que foi afirmado na reportagem, já foi possível realizar em 15 meses de atividade mais de 3600 exames/ estudos, o que significa que cerca de 50% destes exames deixaram de ser na Quadrantes”.

Diz o titular da pasta da Saúde no governo de Miguel Albuquerque que importa referir a “qualidade das instalações e dos equipamentos disponíveis” têm que obrigatoriamente ser acompanhadas de um número de recursos humanos aceitável, credenciado e com formaçao idónea para o exercício da sua missão”, mencionando que “a relação existente entre o SESARAM e a Quadrantes está regulamentada e assenta num contrato/ parceria dinâmica. Os valores praticados com esta entidade estão devidamente tabelados e são alvo de auditorias prévias pelas entidades competentes para tal.