Não venham pintar o avião dos 600 anos, o que queremos é que pintem uma outra organização, diz Cafôfo sobre a TAP

Paulo Cafôfo: “Queremos que o Governo Regional desenhe um plano de contingência, que já tenho falado por inúmeras vezes, e que tal como o futuro desta Região, parece ter sido adiado”.

Paulo Cafôfo está indignado com a TAP e manifestou isso mesmo na sua página da rede social Facebook. Indignado é pouco para os “ataques” de desfere ao comportamento da companhia em situações de condicionamento do Aeroporto Internacional da Madeira Cristiano Ronaldo, como o registado ontem e hoje. O presidente da Câmara do Funchal, também candidato a presidente do Governo, vinha num desses voos, voltou para trás devido aos ventos, mas a forma de tratamento dada aos passageiros fez “saltar a tampa”.

E por isso, o que escreveu é duro para a companhia aérea, que tem parte do Estado e parte privada, mas onde o Estado manda pouco. Escreve Cafôfo que “a TAP, porque é uma companhia de bandeira nacional, devia ter outra responsabilidade para com os cidadãos portugueses que vivem na Região Autónoma da Madeira, garantido sobre quaisquer outros interesses, os seus direitos.  E não me venham dizer que cumprem as normas legais, pois tal como o Governo Regional e o PSD que dizem cumprir tudo, não cumprem com o mais importante: a decência de tratar as pessoas como pessoas.

E não venham para a Madeira, como fez o Conselho de Administração da TAP, numa operação de charme, assinar um protocolo com o Governo Regional para pintar o avião alusivo aos 600 anos. O que queremos é que pintem uma outra organização, que nos respeitem como cidadãos de uma Região Ultraperiférica, que não têm outra forma de sair da ilha, mas também como clientes que pagaram o seu bilhete”.

O Governo não escapa às críticas do Autarca: “E queremos que o Governo Regional desenhe um plano de contingência, que já tenho falado por inúmeras vezes, e que tal como o futuro desta Região, parece ter sido adiado. Um plano que prepare o Aeroporto Internacional da Madeira de meios para enfrentar as inúmeras situações que ocorrem, durante praticamente todo o ano, relativamente a cancelamentos, por via de ventos, neblina ou motivos operacionais das companhias. E que façam do  Aeroporto do Porto Santo, uma alternativa aos passageiros que ficam temporariamente impedidos de entrar ou sair da Ilha da Madeira”.

Relatando a sua experiência, ontem e hoje, como diz, porque ” ainda não acabou, registou-se mais um episódio a acrescentar à minha longa lista.  Ontem de Lx para o FNC o avião em que seguia tentou aterrar duas vezes e por duas vezes abortou a aterragem devido à fraca visibilidade.  Voltamos para Lx e no aeroporto, passava já das três da madrugada, não tínhamos ninguém à nossa espera. A desorientação era visível entre turistas incrédulos, que juravam nunca mais regressar e que informariam os blogues da especialidade sobre este destino a evitar, e crianças cansadas e com fome.  As pessoas foram largadas no aeroporto como carga, pelos vistos, pesada para a TAP”.

Prossegue a sua descrição da experiência: “Agendaram voo para as 7h35 e lá fomos para mais uma voltinha. Regressamos novamente a Lx devido ao vento forte.  Remarcaram o voo para as 13h10 e voltou a ser cancelado. Dizem para termos paciência e esperarmos para as 14.30. Andamos jogados de um lado para outro.  Não seria mais fácil ver as condições meteorológicas, dar o conforto necessário às pessoas, e só depois marcar o voo de regresso?  Sabemos todos que a segurança está em primeiro lugar e que ninguém manda no tempo, mas é inacreditável que a TAP e o Governo Regional assobiem para o lado nestas situações”.