A importância das artes na vida das pessoas

O conceito de arte é diferente conforme a cultura e a própria vivência dos povos. Mas uma certeza temos, que é o facto, da arte estar presente em todo o mundo e ter uma importante influência – neste caso positiva – na vida das pessoas.

Pois as artes em geral, sempre tiveram um papel fundamental no desenvolvimento e na formação integral das pessoas. E em pleno século XXI, ainda faz – deve fazer – mais sentido apostar afincadamente na importância das artes na nossa sociedade.

As profundas transformações da sociedade atual, está a influenciar a forma como as artes são criadas, apresentadas e usufruídas. Em boa verdade, vivemos numa sociedade da velocidade, onde, para muitos – infelizmente –, o que mais conta, são mesmo os números. Assim, as artes têm hoje um peso importantíssimo para nos ajudar a retroagir, a espevitar a criatividade e, acima de tudo, para sabermos estar connosco e com os outros.

As pessoas quando estão envolvidas com as artes, desenvolvem melhor as suas competências sociais, artísticas e culturais. Mas também aperfeiçoam o senso de estética, a sensibilidade e a criatividade, que é tão apregoada nos tempos que correm.

Ao longo da história da  humanidade, a sociedade sempre foi marcada por diversos desafios políticos, económicos, sociais, ambientais e também artísticos. Daí que a função e o impacto das artes, variam com as próprias exigências – económicas, sociais e políticas – que surgem ao longo dos tempos e evidentemente com a evolução da sociedade.

Embora o conceito de arte seja difuso e possa ser diferente conforme a cultura, o nível de educação e as vivências de um povo, a arte está presente em todo o mundo e tem grande preponderância na vida cotidiana das pessoas.

A arte surgiu com o homem e tem acompanhando sempre a evolução da humanidade e da tecnologia, dai que os artistas devem estar sempre atentos às novas tecnologias, integrando-as mesmo no projetos artísticos.

A arte, diria mesmo, na sua generalidade, possibilita um profícuo diálogo com quem a pratica e também com quem a observa e a desfruta, criando, na maioria das vezes, situações riquíssimas de descobertas e aprendizagens para vida. Por isso, é que existe, intrinsecamente, de certa forma, uma forte relação, estre as artes e o público.

As artes têm uma grande importância, na vida das pessoas, nas suas mais diversas manifestações, contribuindo para o desenvolvimento de uma personalidade integrada e harmoniosa na sociedade.

 

Daí a pertinência pedagógica em apostar-se seriamente na Arte Educação, na formação das crianças e jovens. A área da arte no sistema de ensino deve permitir aos alunos, não apenas, criar produtos artísticos, mas também saber apreciar, examinar, avaliar e interpretar o objeto artístico, criando assim novas leituras e capacidades. Atendendo que, normalmente, o primeiro contato que as crianças têm com a arte, é na escola, nas aulas de educação artística ou nas atividades de enriquecimento curricular, há que valorizar e incentivar ativamente a presença da produção artística nos estabelecimentos educacionais, através das artes plásticas, do canto, da dança, da música, do teatro, etc.

A experimentação e aprendizagem artística envolvem um conjunto de diferentes tipos de conhecimentos que visam a criação de novos significados, o exercitar  as capacidades e a constante possibilidade de transformação do ser humano.

A arte sempre esteve ligada à história do homem e do mundo. E ao longo dos tempos, por intermédio da arte, o nosso pensamento tem formado ideias criativas, que têm sido usadas até noutras áreas, fora do universo artístico. Não tenhamos dúvidas, que muitos profissionais das artes são especialistas na inovação. Desde as artes, ditas, mais tradicionais, às artes contemporâneas e digitais, os artistas têm contribuído com a criação de novos objetos artísticos de grande interesse cultural.

Todos, sem exceção, devem ter também um pensamento artístico. Certamente, que não foi por mero acaso, que a Google digitalizou cultura portuguesa para as pessoas pensarem em arte “como pensam em café”, como disse ao Jornal Público, Amit Sood, fundador do projeto e diretor do Instituto de Cultura do Google.

Hoje recorre-se, cada vez mais, à arte, também como uma ferramenta de terapia, cura, autoconhecimento e análise.  A denominada “Arterapia”. Mas a arte pode e deve ser, igualmente, um meio privilegiado de comunicação com e sem palavras.

Mas o mais importante mesmo, é que a arte move e cometa as pessoas. Por isso, é que alguns países – os mais atentos ao valor da arte – apostam forte e bem nas artes. Demos atenção a estes interessantes dois casos: “Mais de 20 milhões de libras estão sendo injetados nas prósperas indústrias criativas do Reino Unido para ajudar a inspirar e atrair novos talentos, ampliar os negócios existentes, aprimorar habilidades e fornecer educação.” Fonte: https://www.gov.uk/government/news/20-million-to-boost-creative-industries-across-england. E este: “As atividades culturais podem ajudar a resolver desafios internacionais? Sob certas condições, elas podem reduzir conflitos e fortalecer a sociedade civil, descobriu um grupo de pesquisadores num projeto encomendado em conjunto pelo British Council e pelo Goethe-Institut.”

Hoje, vivemos mergulhados na globalização da informação, onde aparentemente, tudo está a um simples click. Mas o “puxar” pelo pensamento está a ficar, perigosamente, para segundo plano ou mesmo, simplesmente, esquecido.

No caso particular da Madeira – que é um caso singular, para não dizer mesmo único, no panorama de educação artística em Portugal –, sempre ouve uma visão proactiva sobre a real importância das artes na vida das pessoas, com resultados de excelência. São vários os eficazes exemplos da aposta clara de várias instituições públicas no ensino de boas práticas artísticas – Direção de Serviços de Educação Artística e Multimédia, Conservatório – Escola das Artes –Eng.º  Luíz Peter Clode. Mas outras tantas associações culturais espalhadas pelas nossas ilhas – Madeira e Porto Santo –, com os seus grupos de múcica, teatro e dança, têm desempenhado um papel de referência no que diz respeito ao ensino não formal e promoção das artes junto das nossas gentes.

Julgo que o futuro Instituto das Artes da Madeira, poderá ser mais um marco, um passo de excelência na formação e desenvolvimento integral dos nossos alunos, desde que seja bem orientado artisticamente e pedagogicamente. Uma instituição que deverá (re)imaginar novos modelos de organização do setor das arte na Madeira.

Há que colocar a arte como algo fundamental para a sociedade moderna. Por isso, não se esqueçam que quando se age e se pensa com arte, isso, é um ato belo, nobre, indispensável e útil.