Emigrantes venezuelanos fizeram-se ouvir contra regime de Maduro na Praça do Município

Fotos: Rui Marote

Centenas de pessoas reuniram-se hoje numa manifestação convocada para a Praça do Município, no Funchal, aderindo a uma concentração mundial a pedido do actual presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaido , que considera que o mandato actual de Nicolas Maduro é inconstitucional.

Os emigrantes regressados da Venezuela aderiram fortemente a este protesto, entoando palavras de ordem, fazendo esvoaçar grandes bandeiras daquele país sul-americano e reclamando a reposição dos “direitos humanos” naquela nação.

Por todo o lado se ouvia contestação ao actual presidente. Fátima Nóbrega, com quem o Funchal Notícias falou, é um exemplo. Com um ar compungido, explicou-nos que veio para a Região principalmente por causa da doença de sofre o seu marido, que entretanto já foi cá operado e alvo de outros cuidados médicos, cuidados esses que não conseguia que lhe fossem proporcionados na Venezuela, dada a situação de caos económico e social, alegou a nossa entrevistada. “Só peço ao senhor presidente Maduro que pense bem antes de governar. Que governe, mas que governe bem”, recomendava, acrescentando que se sente angustiada porque tem ainda um filho na Venezuela, na casa dos trinta anos, que ficou a dirigir a padaria da família.

“Ele não quis regressar. Disse-nos que trabalhámos tanto para ter o negócio, como podia ele agora abandoná-lo? Mas está fortemente condicionado, tem de fazer tudo o que o governo manda”, queixa-se Fátima Nóbrega. Uma amiga reforça: “O Maduro está fazendo o que Chávez deixou escrito”.

Entretanto, uma oradora dizia à multidão reunida no Largo do Município que era “madeirense, portuguesa e venezuelana” e que estava solidária com a luta daquele povo, e com a situação dos direitos humanos na Venezuela. Incentivava, pois, aqueles que ainda lá permanecem a “lutar duro”.

Noutro local, gritava-se que o regime de Maduro tem os dias contados, e que ainda se assistirá à sua queda.

“A situação caótica em que actualmente se encontra o país, com a pior crise económica e social, fazem com que milhões de venezuelanos se juntem em todo o mundo a este protesto”, explicava a nota de imprensa que anunciava a concentração de hoje no centro da cidade. A ideia partiu de Carlos Fernandes e de um grupo de voluntários que se reuniram para o sucesso desta acção e para apelar à sensibilidade dos governos regional e central.

No vulgarmente conhecido “Largo do Colégio” viam-se também alguns políticos de diversos partidos com representação na Madeira.

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