PAN critica apostas na aquacultura e “retrocesso nas políticas ambientais” abordadas nos Estados Gerais do PS-Madeira

O PAN – partido das Pessoas, Animais, Natureza da Madeira comentou os Estados Gerais do PS-Madeira que se realizaram no fim-de-semana, salientando que a estratégia para a Economia Azul traçada pelos socialistas madeirenses, “não inclui os interesses das populações locais”. Ontem, na sua II Convenção dos Estados Gerais, foi apresentado o projecto “Madeira Crescer Azul 2030” onde se enunciam os “motores de crescimento sustentável”, entre eles a aquacultura, com um investimento previsto na ordem dos 100 milhões de euros.

O partido critica o facto de o candidato do PS-M, Paulo Cafôfo, ter “ignorado a posição popular contra a instalação de piscicultura no Município da Ponta do Sol”, declarando estar a “juntar pessoas para mudar o estado de coisas” e que está a ouvir as pessoas.

“Acreditamos não ter escutado o suficiente, pois nesta área limita-se a ser uma extensão das políticas do governo central e não difere,
igualmente, da posição do actual Governo Regional, que defende a aquacultura na Região”, refere o PAN-

Outro dos “motores” considerado é um “Hub de GNL [Gás Natural Liquefeito] Marítimo”. onde o CEO da Portline Ocean apresentou a visão da empresa. Esta defende “gerar uma economia de escala, aumentar o consumo interno e reduzir o custo de transporte por m3.” A aposta nesta energia não se coaduna com o compromisso do país para a descarbonização até 2050, que passa pela crescente utilização de fontes de energia renovável e redução das energias fósseis. O PAN Madeira chama à atenção do PS Madeira para o retrocesso nas políticas ambientais, ao defender esta energia fóssil para a RAM.

Porém, nem tudo é negativo e o PAN Madeira faz questão de, tal como chama à atenção para questões sensíveis, também enaltecer o que de bom foi apresentado, refere a nota enviada às Redacções. “A abordagem do PS Madeira quanto ao caminho a percorrer na
conservação das florestas e na segurança das pessoas, temática discutida num dos painéis da Convenção, foi assertiva. Demonstrou abertura de confrontar todas as possíveis soluções e ressaltou a importância de cooperação na estratégia a definir, algo que a nossa estrutura também defende”.