Bloco de Esquerda diz que companhias “low cost” não são solução para a Madeira

O Bloco de Esquerda esteve hoje no Aeroporto, em Santa Cruz, para dizer que as companhias de baixo custo não são solução para a Madeira. “Neste período de Natal e fim-de-ano tivemos perto de 50 voos extra da Madeira para o continente ou para os Açores, mas apenas dois desses voos extra foram assegurados por uma companhia de baixo custo (a Easyjet, concretamente). Isto demonstra que as companhias de baixo custo não são solução para a Madeira, porque não têm capacidade de reforçar a oferta de voos quando há mais gente a querer viajar, como vem dizendo o Bloco de Esquerda”, referiu o respectivo coordenador, Paulino Ascensão.
As companhias de baixo custo, diz o BE, conseguem os preços mais baixos porque exploram ao limite os seus recursos – os aviões e os trabalhadores – portanto não têm aviões disponíveis para reforçar a oferta nos picos da procura e na Madeira a sazonalidade é muito acentuada. “Como não conseguem aumentar o número de voos, a única resposta que podem dar ao aumento da procura é subir os preços. Não estamos contra a presença na Madeira de companhias de baixo custo, mas não podemos ficar dependentes desse tipo de companhias. Numa altura que há tantos responsáveis políticos de vários partidos entusiasmados com a ideia de trazer uma nova companhia de baixo custo para a Madeira, é bom que reflictam sobre esta realidade”, avisou Paulino.
Para os bloquistas, a solução para as ligações aéreas é o regresso ao regime de serviço público. Quanto à liberalização, “foi um erro, estamos há mais de dez anos à espera de concorrência e ela nunca chega”, sentencia o BE. “O modelo de subsídio de mobilidade em vigor é outro erro que agravou o problema, só serve para financiar as companhias de aviação e os agentes de viagens e para fazer subir os preços, com prejuízo para os madeirenses e para o turismo. Precisamos de regras de serviço público que defendam os passageiros”, destacou Paulino Ascensão.
O Bloco aponta outra situação, ainda: em Janeiro, com a interrupção das ligações marítimas ao Porto Santo, se houver ventos fortes que impeçam os aviões de aterrar, não há meio de escoar os passageiros via Porto Santo, pois não há barco. O Bloco de Esquerda refere ter apresentado uma proposta de gestão integrada dos dois aeroportos da região que obrigava a repensar o modelo de ligações marítimas entre as duas ilhas, mas o PSD chumbou a proposta com o argumento de que isso já existe, criticam, acusando o PSD de “estar mais preocupado com os interesses dos empresários” que “com o bem-estar do povo”.