Balanço da aviação em 2018

Na Madeira, em 2018, a aviação foi item cimeiro da agenda pública, com comissões de inquérito à TAP, ventilação de planos para dotar Porto Santo com condições para ser alternativa em caso de haver restrições operacionais no aeroporto da Madeira, exigências para levantamento dos limites de ventos, propostas de revisão ao modelos do subsidio de mobilidade, gritante morosidade do procedimento de contratação pública para a linha de Porto Santo, polémicas com subsídios de promoção ao operador de carga aérea MAIS, e proposta de instalação de equipamentos meteorológicos para aumentar nível operacional do aeroporto da Madeira. No meio de muito ruido, especialmente as críticas agressivas à TAP – algumas justas, mas no geral pouco objetivas e nada producentes -, não se verificam evoluções significativas, exceto a consciencialização generalizada que o serviço público tinha sido extinto em 2008.  As falências de algumas companhias (Primera Air, SmallPlanet) poucos impactos terão, numa altura que ainda se sente a falência da Air Berlin e o Brexit. A melhor noticia terá sido a introdução do ATR da Binter Canarias, que triplica a capacidade da aeronave que operou a linha de Porto Santo nos três anos anteriores.

A nível nacional destaca-se a renovação de frota da TAP Air Portugal como o maior acontecimento. Primeiro, com a chegada de aeronaves de médio curso da Airbus, da geração NEO. Foram integrados na frota um A320 e quatro A321 novos de fábrica, após vários anos a seguir uma política de incorporação de usados. E também com a entrada em operação do primeiro Airbus A330-900, a nível mundial, estreado na rota de São Paulo em dezembro.  Da Azores Airlines (anterior SATA Internacional), a meio do abandono da frota wide body, de severos problemas económicos e uma privatização falhada, há que elogiar a entrada de dois modernos A321NEO, ainda antes da TAP o fazer. O futuro da EuroAtlantic Airways permanece incerto, embora com boas perspetivas, com o processo da venda ainda em aberto. A Hifly soma e segue com a adição de um belíssimo A380 à frota maltesa. A Sevenair não obteve a renovação a concessão linha de Porto Santo, mas cresce nas Áfricas, tendo-se internacionalizado para Cabo Verde. A White Airways opera sobretudo rotas regionais da TAP, mas a Ponte Aérea Lisboa-Porto será upgraded dos ATR 72 para Airbus da TAP, com o dobro da capacidade.

A nível global os factos mais marcantes em 2018 foram:

  • Entrada em operação do novo Airbus A330-900, feito da TAP Air Portugal, voo do primeiro A330-800 e certificação do A319NEO;
  • Singapore Airlines a restaurar o voo mais longo, até Newark, com o Airbus A350ULR;
  • Airbus entrega o primeiro A350-1000 à Qatar Airways, monta o primeiro A330 Beluga XL, para transporte de componentes de aeronaves entre fábricas;
  • Bombardier vende o programa C-Series à Airbus que o renomeia A220, e consequentemente, a Boeing firma uma parceria com a Embraer para competir neste segmento;
  • Boeing entrega o primeiro 787-10 à Singapore Airlines e faz roll out do primeiro 777X para testes;
  • Embraer coloca o primeiro 190-E2 a voar na Wideroe, e alcança certificação para o Embraer KC-390;
  • A Rússia faz roll out do primeiro Ilyushin Il-112, avião de transporte militar;

  • Segundo a EASA, houve 530 mortos em 11 acidentes fatais operadores com aeronaves de linha aérea, durante 2018.