Há doentes que agridem médicos e enfermeiros no serviço de urgência do Hospital

Falta muita coisa no Hospital Dr Nélio Mendonça. Mas também falta elevação da parte de alguns doentes.

A exemplo do que tem vindo a acontecer nos hospitais do país, o serviço de urgência do Hospital Dr Nélio Mendonça tem registado um afluxo elevado de utentes. E o “pico” das gripes ainda não chegou. Mas há um dado curioso que nem sempre transpira para a opinião pública. Há doentes exaltados a agredirem fisicamente e verbalmente, os profissionais de saúde.

Alcoolizados, emocionalmente descompensados ou no auge da impaciência por falta de modos e outros atributos, o FN teve conhecimento de doentes que, em observação na urgência hospitalar, assistiram a gravíssimos impropérios atirados aos médicos e enfermeiros, tendo estes reagido sempre em silêncio.

Há mesmo episódios de agressão física de doentes aos médicos, que desencadearam participações à Polícia de Segurança Pública.

É do conhecimento público que a saúde na Madeira já conheceu melhores dias e que as condições hospitalares acusam inúmeras e inexplicáveis carências, de espaço, de medicação e de profissionais de saúde. Há dias em que os corredores da urgência também se tornam pequenos para o “pico” do atendimento. As salas de observação e de tratamento, improvisadas na urgência, não chegam para as encomendas e o corredor segura temporariamente gente a mais, mesmo que o discurso político seja o contrário. Há lapsos dos profissionais de saúde que custam caro ao doente e famílias. Muitas vezes, também o internamento, sendo necessário, esbarra com faltas de camas, dada a lotação. É nestes momentos que todos clamam pelo novo hospital e por novos gestores.

Mas também é visível, da parte de muitos doentes, a virulência verbal na urgência, que dura toda a noite. Outros doentes, também em observação, assistem atónitos a esta realidade que nem sempre é do conhecimento público.

O FN sabe que estas ocorrências são do conhecimento da gestão hospitalar mas não é politicamente correto divulgar, assim como as situações contrárias, de atendimento incorreto ou negligente ao doente e famílias.